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16 de março de 2018

Profa. Lygia da Veiga Pereira (IB-USP) disserta sobre realidades e promessas das Células-Tronco

Decorreu no dia 21 de março, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), a primeira edição de 2011 do já conhecido programa Ciência às 19 Horas, tendo como destaque a palestra intitulada Células-Tronco: Promessas e Realidade da Terapia Celular, ministrada pela pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, do Instituto de Biociências da USP (*), que, de uma forma aberta e completamente decodificada, discutiu os rumos das pesquisas desenvolvidas na atualidade, além das perspectivas futuras e dos desafios desse novo tipo de tratamento.

Com efeito, para Lygia Pereira, a terapia celular vem ocupando, desde há alguns anos, um espaço enorme de divulgação, principalmente na mídia, e, segundo a palestrante, essa mídia tende a apresentar os pequenos avanços que foram feitos nessa área de uma forma muito sensacionalista, até porque existe uma expectativa muito grande da população e dos pacientes em terem resultados positivos e de essas promessas poderem virar realidade. Assim, segundo a pesquisadora, qualquer pequeno avanço é notícia de primeira página e isso faz com que a população – os leigos – tenha uma percepção de que a terapia com células-tronco já seja uma realidade e que já se encontre an execução tratamento para derrames, infartos e diabetes através desse procedimento. Na verdade, tudo isso é ainda uma promessa. Segundo Lygia, as únicas terapias que estão consolidadas, utilizando células-tronco, e que qualquer médico pode aconselhar, são os transplantes de medula óssea, um procedimento clínico que já é feito há cerca de cinqüenta anos; e o transplante de medula óssea é um transplante de células-tronco, células essas que são responsáveis pela fabricação do sangue. Então, quando alguém tem, por exemplo, uma leucemia, uma das formas de tratamento é através do transplante de medula óssea, e desde 950 que isso é feito: Por enquanto, esse é o único tratamento com células-tronco que é consolidado na medicina, esse é o único tratamento com base em células-tronco que um médico pode receitar para seu paciente. Tudo o resto, lesão de medula, doença cardíaca, AVC, ainda é experimental.

Segundo a pesquisadora, para a Doença de Parkinson, por exemplo, ainda se está na fase de testes em camundongos, enquanto que em outras doenças já se avançou um pouco mais, tendo-se entrado na fase de testes em humanos. Enfatizando o tema, Lygia refere que, de vez em quando, aparecem nos jornais – principalmente na TV -títulos como este: paciente cardíaco tratado com células-tronco sai da fila de transplantes. Para a pesquisadora, (…) essa noticia é maravilhosa, contudo, esse paciente faz parte de um grupo grande de pacientes que está sendo testado, ou seja, ele faz parte de um experimento. Um resultado positivo conta pouco, o que temos de ver é quantos pacientes melhoraram com a introdução das células-tronco versus os que não foram tratados com elas. Esse paciente melhorou por coincidência, por mero acaso, ou foi graças às células-tronco?… Tudo isto é muito mais complexo do que aquilo que a mídia divulga (…). Para nossa entrevistada, o importante é as pessoas saberem que, apesar de já se ter avançado muito em algumas áreas, o certo é que nenhum médico sério pode oferecer tratamentos com células-tronco para nenhuma das doenças que falamos atrás, porque isso ainda está em fase de experimentação, de pesquisa, sublinha Lygia Pereira.

Quando questionamos a pesquisadora sobre quanto tempo demorará até se conseguir ter respostas concretas, Lygia foi incisiva, ao referir que isso vai depender da área de pesquisa. Os tratamentos com células-tronco têm diferentes velocidades, conforme o tipo de doença. Por exemplo, no caso da diabetes auto-imune, em que o paciente tem essa doença porque seu sistema imunológico ataca suas células do pâncreas, o Prof. Júlio Voltarelli, da USP de Ribeirão Preto, está tendo resultados muito bons nos testes que estão sendo feitos em humanos, aplicando células-tronco. Então, o tratamento para esse tipo de doença está mais avançado, está mais próximo de uma realidade clínica. Contudo, a pesquisadora adverte: mas, atenção, estar mais próximo não significa que existe uma certeza de que esse tratamento vai virar uma realidade clínica. Contudo, esses estudos do Prof. Voltarelli estão, de fato, muito avançados e estão muito perto de virar tratamento. Outras doenças, como, por exemplo, lesão de medula e paralisia, nós ainda não vimos nenhum resultado animador nos testes feitos em humanos, refere Lygia. Foi aprovado, nos Estados Unidos, recentemente, um ensaio clínico utilizando células-tronco embrionárias e vamos ver se elas funcionam para esses tipos de doenças. As doenças do sistema nervoso são bem mais complexas, daí que você tenha velocidades diferentes na aplicação das células-tronco.

Lygia Pereira não arrisca dizer em quanto tempo se poderá ter respostas concretas e positivas na aplicação de células-tronco para determinadas doenças:

Há dez anos, eu dizia que demoraria dez anos para haver uma evolução concreta… E estamos neste estágio: hoje, eu não vou dizer que espero ter respostas positivas daqui a dez anos. Eu entendo a expectativa e urgência dos pacientes e de seus familiares, mas a pesquisa séria, além de ser audaciosa, tem que ser cautelosa e por isso eu digo que estamos na fase da promessa, bem embasada, com muitos testes promissores. Vamos aguardar, remata a conferencista.

(* Lygia da Veiga Pereira é professora associada e chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LANCE) da USP)

Rui Sintra – Jornalista

16 de março de 2018

Prof. José Fernando Perez enfatiza: Câncer é um problema de saúde pública e de balança comercial

Decorreu no final da tarde do dia 25 de novembro, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), mais uma edição do programa intitulado “Ciência às 19 Horas”, subordinado ao tema Inovação Semi-Aberta: o caso da Recepta-Biopharma, tendo como palestrante o Prof. José Fernando Perez, Diretor-Presidente da empresa de biotecnologia Recepta-Biopharma, empresa que se dedica a pesquisa, desenvolvimento e testes clínicos relacionados com o tratamento do câncer. O Prof. Perez foi, igualmente, ex-diretor científico da FAPESP, no período 1993/2005.

A palestra versou sobre o modelo inovador em que a empresa se baseia, no sentido de otimizar o aproveitamento da excelência científica e tecnológica do País, para buscar parcerias com universidades, institutos de pesquisa e hospitais.

Com a colaboração de cientistas de comprovada competência e experiência internacional, a empresa prossegue o seu objetivo de fazer inovação tecnológica em biotecnologia, de forma a responder às necessidades da sociedade e do mercado nacional, traduzindo suas ações em medicamentos eficientes e em tratamentos mais baratos contra o câncer.

Para o Prof. Perez, o câncer é um problema crescente no mundo inteiro, constituindo a segunda causa de morte no Brasil e a primeira nos Estados Unidos, sendo que o número de casos no Brasil poderá igualar o dos EUA. O câncer é uma doença cuja incidência aumentou com a longevidade da população. Hoje, todo o mundo cuida do colesterol, da hipertensão ou dos diabetes e essas medidas preventivas aumentam o tempo de vida das pessoas. Inexoravelmente, o câncer acaba ocupando o seu lugar graças a esse aumento de expectativa de vida das populações: O tratamento do câncer é um problema de saúde pública, é um problema de balança comercial e é, por isso mesmo, um desafio muito grande para a humanidade – referiu nosso entrevistado.

O Prof. Perez comentou que, atualmente, a melhor perspectiva que existe para o tratamento do câncer é a detecção precoce e, depois disso, a existência de várias formas de medicamentos que tratam diversas formas de tumor: (…) mas estamos longe de ter uma resposta satisfatória para um tratamento eficaz. Ainda não enxergamos uma luz no fundo do túnel – enfatizou.

Por outro lado, uma opção terapêutica importante contra o câncer é dada através dos designados anticorpos monoclonais (área em que a empresa Recepta-Biopharma se dedica), que são, sucintamente, moléculas biológicas que têm a capacidade de reconhecer e de se ligar a alvos específicos em tumores, e estimular uma ação do sistema imunológico, apenas direcionadas a células tumorais. Esses anticorpos monoclonais estão sendo reconhecidos como uma opção terapêutica promissora para pacientes com determinado tipo de câncer. Existem apenas dez anticorpos monoclonais no mercado mundial, com resultados muito interessantes, por exemplo, com um medicamento para o tratamento do tumor da mama, mas somente 23% dos pacientes são tratáveis por essa droga, sendo que cerca de 20% desse total responde ao tratamento, o que significa dizer que ainda existe um grande universo completamente desprotegido.

Segundo o palestrante, no tratamento do câncer, a idéia é controlar e prevenir as metástases, já que o tumor é retirado cirurgicamente, e não é por causa dos tumores que os pacientes morrem, mas sim devido às metástases. Assim sendo, os anticorpos monoclonais aparecem como uma opção terapêutica que tem a capacidade de identificar as metástases, já que elas têm a mesma impressão digital que o tumor original: Mesmo assim, é desafio muito grande e creio que ainda estamos muito longe de ter uma resposta que possa tranqüilizar a sociedade –  acrescentou o Prof. Perez.

A empresa Recepta-Biopharma está tentando contribuir para gerar mais esperança para o combate a alguns tipos de tumor. Neste momento, segundo o Prof. Perez, tenta-se testar anticorpos dedicados ao combate do tumor do ovário, que é bastante agressivo. Contudo, o Presidente da “Recepta-Biopharma” volta a enfatizar que (…) o câncer é uma questão de saúde pública e uma questão de balança comercial. O tratamento com um anticorpo monoclonal custa a um paciente cerca de R$ 8.000,00 a cada três semanas e, se o paciente responder positivamente ao tratamento, continuará fazendo o mesmo por tempo indeterminado. Isso é um problema sério, que precisa ser equacionado – rematou Perez.

Rui Correia Sintra – Jornalista

16 de março de 2018

Palestra discute o projeto “Rios Voadores” e a importância da Floresta Amazônica no equilíbrio climático e econômico do Brasil

Foi realizada no último dia 9, no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas do IFSC, mais uma edição do programa “Ciência às 19 horas”. Em uma parceria inédita com a VII Semana da Engenharia Ambiental, o convidado foi o engenheiro mecânico e piloto Gérard Moss, responsável pelo projeto “Rios Voadores”, o qual foi discutido sob o ponto de vista da influência deste fenômeno no clima e na economia brasileiros.

Em sua fala, para um público numeroso, atento e curioso, Moss explicitou que os chamados rios voadores são cursos de água – mais especificamente, correntes de ar contendo umidade – que tem sua origem remota no Oceano Atlântico, se abastecem de vapor de água na Bacia Amazônica e percorrem as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Sua pesquisa definiu um pequeno corredor no céu por onde passam essas correntes de ar, medindo a quantidade de água que por ali circula durante 24 horas, e os resultados foram impressionantes. “Descobrimos que a quantidade de água precipitável pode ser muito próxima da quantidade que circula no rio Amazonas, o maior rio do mundo, que é 200.000 m³/s”, contou.

Segundo ele, essa água não é inteiramente aproveitável, pois a precipitação de fato envolve muitos outros fenômenos, mas a importância que estas correntes de ar têm para o equilíbrio natural do clima brasileiro e para o desenvolvimento da agricultura e fornecimento de energia elétrica é muito nítida e inegável.

E é a Floresta Amazônica a grande responsável por este fenômeno. O processo de evapotranspiração, através do qual os vegetais transferem água para o ambiente, enviando umidade para a atmosfera, ocorre em grande escala em uma floresta do porte da Floresta Amazônica. Desta forma, a floresta atua como um mecanismo regulador do vapor presente na atmosfera, e também como uma controladora do aquecimento solar, pois 40% da energia solar que ali chega é utilizada neste trabalho de evaporação.

É importante refletir, portanto, sobre os efeitos das queimadas e dos desmatamentos neste processo natural, calculando os impactos a longo prazo no balanço hídrico brasileiro, no equilíbrio do clima e na economia do país.

Gerard e sua esposa Margi, como exploradores dos céus há décadas, voando em aviões leves e de baixa altitude, se depararam muitas vezes com estes efeitos negativos de uma visão privilegiada. Puderam perceber os rios acuados, frágeis, um avanço significativo nos processos de desertificação, as queimadas abrindo buracos na floresta e a população se refugiando cada vez mais destes efeitos. Foi então que decidiram tentar compreender melhor os processos naturais pelos quais a Amazônia é responsável, para poder agir em prol do meio ambiente.

Hoje em dia, o projeto Rios Voadores entra em sua segunda etapa, com teor mais educacional, com o objetivo de difundir os conhecimentos que puderam absorver de suas experiências , conscientizando estudantes acerca da importância da Amazônia e transmitindo formas acessíveis de lidar com a sustentabilidade do planeta. “Hoje em dia, já existe uma maior consciência em relação às formas de preservação da Terra. Falta mesmo um conjunto de ações eficaz, pois todos pensam que é a sustentabilidade é algo distante e que pequenos atos não farão diferença, mas reciclar lixo, economizar água e energia elétrica e deixar o carro na garagem uma vez por semana faz diferença, sim. É importante acordar todos os dias e se perguntar: ‘o que sou capaz de fazer hoje em prol do nosso planeta?'”, opina Moss.

Com esta mensagem, Moss nos motiva a repensar os hábitos, a reconsiderar nosso dia-a-dia a favor de um bem maior que é reduzir o impacto da presença do ser humano na Terra. E, também, nos deixa na expectativa por outros resultados e outros avanços em suas pesquisa, que com certeza chegarão até nós.

Para outras informações, acesse www.riosvoadores.com.br

Nicolle Casanova

16 de março de 2018

Nathan Jacob Berkovits ministra palestra sobre o tema “Teoria das Supercordas: A Física do Futuro?”

Em mais uma edição do programa “Ciência às 19 horas”, decorreu no dia 26 de outubro, pelas 19 horas, no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas (IFSC), a palestra intitulada “Teoria das Supercordas: a Física do Futuro?”, apresentada pelo Prof. Dr. Nathan Jacob Berkovits, do Instituto de Física Teórica da UNESP.

A teoria das supercordas, também chamada de “teoria de tudo”, é quase que uma “candidata” para a resolução de conflitos clássicos colocados entre a Relatividade Geral e a Mecânica Quântica, tendo como meta unificar todas as forças e partículas da Natureza.

Além disso, a teoria tem aplicações em áreas como matemática, matéria condensada e física de íons pesados.

Na palestra, o professor Berkovits – que é um dos principais pesquisadores do Brasil dedicados à teoria das supercordas – apresentou um panorama dessa área de pesquisa, tendo discutido, com entusiasmo, as possibilidades dessa teoria, bem como seus problemas fundamentais, com uma platéia interessada que lotou o Auditório do IFSC.

Mesmo antes de iniciar a sua palestra, o Prof. Nathan teve a amabilidade de conversar com a Assessoria de Comunicação do IFSC sobre este assunto.

Segundo o pesquisador, existe grande possibilidade da “Teoria das Supercordas” ser a Física do Futuro:

De fato, as Supercordas é uma teoria de Gravitação, que também inclui outras forças. Como modelo de Gravitação Quântica ela já funciona, mas como modelo comum para todas as forças ela não passa de uma mera possibilidade, que ainda não foi confirmada.

Segundo Nathan, será necessário fazer muito mais experiências com a finalidade de obter mais resultados teóricos, de modo a se confirmar – ou não – se realmente essa teoria inclui todas as forças da Natureza, ou somente a Gravitação.

Pessoalmente, alimento uma grande esperança de que essa teoria possa descrever as forças existentes na Natureza, mas isso não quer dizer que seja o fim de todas as teorias. Com certeza que irá surgir outra teoria melhor, que irá substituir a Teoria das Supercordas. Contudo, esta teoria é, basicamente, uma aproximação a algo que surgirá no futuro. Realmente, na Teoria das Supercordas ainda não enxergamos o que virá a seguir. Ainda não entendemos com profundidade esta teoria: alguns falam que quando chegarmos a esse entendimento iremos descobrir o caminho seguinte. Portanto, é prematuro afirmar se esta teoria vai descrever todas as forças, ou não. Existem várias coisas dentro desta teoria que ainda não conseguimos entender e que estão como que escondidas. O nosso desafio é entender e descobrir isso e ir mais além.

Rui Correia Sintra – Jornalista

 

16 de março de 2018

Jornal da região destaca lançamento do novo site do programa

O projeto Ciência às 19 horas, há seis anos, vem oferecendo à comunidade a oportunidade de se aprofundar no conhecimento científico e esclarecer dúvidas, sendo considerado uma tradição para o Instituto de Física de São Carlos. As palestras ocorrem uma vez ao mês, geralmente em uma terça-feira, sempre às 19 horas e no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas do IFSC.

O Jornal Primeira Página, que circula em São Carlos e região, publicou em edição de 26 de setembro um artigo referente ao sucesso do programa, assinado por Analice Garcia.

Cerca de 70 temas já foram abordados para um público em média de cem pessoas, entre universitários e a comunidade em geral. De acordo com Luiz Agostinho Ferreira, coordenador do programa e professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a quantidade de pessoas na primeira palestra foi maior do que a esperada. A qualidade profissional do palestrante é fundamental para a definição de cada palestra, tendo sido abordados temas referentes à saúde, física, antropologia, educação, meio ambiente, entre outros, sempre com uma linguagem acessível.

“Essa atividade é muito gratificante, o interessante é que nós aprendemos com o público. O contato com o palestrante é enriquecedor.”

O sucesso do projeto está vinculado à especialidade dos palestrantes, ao interesse da comunidade e também às instituições que o viabilizam, como o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof), Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP e o Centro de Biologia Molecular e Estrutural (CBME).

O “Ciência às 19 horas” tem sido desenvolvido com força total neste ano de 2010, realizando, esporadicamente, até mesmo duas palestras por mês. O Instituto de Física de São Carlos tem priorizado iniciativas de difusão científica, que oferecem a toda a comunidade o acesso ao conhecimento. Desta forma, o IFSC tem privilegiado a interação entre a Universidade e a comunidade, viabilizando projetos como o “Um Dia de Universitário”, a “Semóptica” e o próprio “Ciência às 19 horas”.

Agora, para tornar o conhecimento ainda mais acessível, o “Ciência às 19 horas” lançou o novo site do programa. Nele, estão disponibilizados vídeos de todas as palestras já proferidas, para download e visualização online, além da apresentação preparada pelo próprio palestrante e de resenhas escritas por jornalistas. Um aspecto interessante da nova página é que o internauta pode sugerir temas de palestras. Uma sessão de notícias, uma agenda e um cadastro para recebimento de newsletter mantém a comunidade informada sobre o planejamento e o decorrer das palestras.

Conheça o site e faça seu cadastro! http://www.ifsc.usp.br/ciencia19h

Nicolle Casanova

16 de março de 2018

Palestra sobre poluição atmosférica trouxe como foco a preservação do próprio homem

A última edição do “Ciências às 19 horas”, realizada em 21 de setembro, teve como convidado o professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Hilário Saldiva. A palestra, realizada no auditório do IFSC, “Sérgio Mascarenhas”, teve como tema “Poluição atmosférica: uma abordagem sobre o prisma da saúde”

Professor titular da USP desde 1983, Saldiva conta que seu interesse em realizar pesquisas relacionadas à saúde e meio-ambiente começou com problemas relacionados à sua própria saúde. “Sempre fui asmático e percebi que, quando a temperatura mudava, minha saúde piorava muito”, conta.

Além de ministrar aulas, o professor também é membro da Comissão Assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa para Busca de Novos Recursos para Projetos Especiais, presidente da Comissão de Pesquisa (CPesq) da Faculdade de Medicina, chefe do Departamento de Patologia, só para citar algumas de suas funções e realizações profissionais.

Na palestra, através de comparações entre qualidade de vida e poluição do meio-ambiente, Saldiva defendeu a criação da “Sociedade Protetora dos Homens”, onde, de acordo com ele, o homem, que sempre é visto como o destruidor da natureza, deve ser visto, sobretudo, também como vítima de todo processo pelo qual o planeta tem passado. “Todas as ações de proteção são direcionadas à natureza, somente. Fala-se da preservação da fauna e da flora, mas nunca na melhora de qualidade de vida do próprio homem, que também sofre, e muito, com ações praticadas, em geral. O homem saiu da fotografia desse cenário e isso deve ser revisto”.

Sempre trazendo informações relacionadas, principalmente, aos reflexos das novas tecnologias à vida humana, o professor discutiu conceitos como “maquiagem verde” e “racismo ambiental”, definidos por ele durante a palestra. “O homem deve ser o elemento que liga as políticas ambientais, para trazer uma solução capaz de resolver problemas relacionados ao meio-ambiente e também ao próprio homem”.

Para os que não puderam participar da última edição do “Ciência às 19 horas”, através deste site é possível baixar o vídeo da palestra e ter acesso ao seu conteúdo, na íntegra.

Tatiana G. Zanon

16 de março de 2018

A Amazônia vista do espaço e do chão

Na busca de um destino digno e saudável para a espaçonave Terra, dois cientistas e um astronauta pedalaram mil e cem quilômetros pela Transamazônica, entre os estados do Pará e Amazonas, para viver, analisar e disseminar diversas realidades daquele nosso ecossistema.

Este é o Projeto Transamazônica + 25, que celebra os 25 anos da primeira viagem de Osvaldo Stella por aquela região, e que agora combina conhecimento científico com um olhar documental para estudar as mudanças sofridas pela paisagem e populações locais.

O relato é enriquecido pela experiência, no chão e no espaço, do astronauta da NASA, Chris Cassidy, veterano de dois voos espaciais e que volta à Estação Espacial Internacional este ano para mais uma missão.

A Amazônia vista do espaço e do chão
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A Amazônia vista do espaço e do chão

14 de março de 2018

Relatividade Geral: entortando nossa visão do universo

Há mais de cem anos, Albert Einstein apresentava ao mundo sua nova teoria da gravidade – a Relatividade Geral. Com ela, a mais quotidiana e antiga das interações fundamentais ganhou uma interpretação profunda e até mesmo fantástica.

Nesta apresentação, o palestrante fará uma rápida incursão pelas bases conceituais dessa teoria, conduzindo o espectador através de idéias que às vezes parecem romper os limites da ficção.

Relatividade Geral entortando nossa visão do universo
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Relatividade Geral entortando nossa visão do universo

14 de março de 2018

Recital-Palestra: Divertimentos – Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical

No próximo dia 28/11, o Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas recebe a última edição de 2017 do programa Ciência às 19 Horas, com o Recital-Palestra: Divertimentos – Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical, com as participações de Heloisa Fernandes (Piano) e Toninho Carrasqueira (Flauta), um evento que incluirá o lançamento do livro com o mesmo título do evento, recentemente lançado pela EDUSP.

Esses dois artistas, consagrados internacionalmente, irão compartilhar com o público sua sensibilidade e técnica refinadas, apresentando um repertório de composições onde tradição e modernidade dialogam e abrem espaço para a criação espontânea, a improvisação e a inspiração do momento, propostas no livro.

* Convites para esta edição do programa Ciência às 19 Horas estão sendo distribuídos no Centro Cultural da USP e na Assistência Técnica Acadêmica do IFSC.

 


Resenha

Heloisa Fernandes (Piano) e Toninho Carrasqueira (Flauta)

O dia 28 de novembro de 2017 ficou marcado pela última edição de 2017 do programa Ciência às 19 Horas, com uma programação mais alinhada com conceitos culturais. Dessa forma, o Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP) recebeu o Recital-Palestra: Divertimentos – Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical, com as participações de Heloisa Fernandes (piano) e Toninho Carrasqueira (Flauta), um evento que incluiu o lançamento do livro com o mesmo título do evento, uma publicação da EDUSP.

Esses dois artistas, consagrados internacionalmente, compartilharam com o público sua sensibilidade e técnica refinadas, apresentando um repertório de composições onde tradição e modernidade dialogam e abrem espaço para a criação espontânea, a improvisação e a inspiração do momento, propostas na publicação.

O livro, da autoria de Toninho Carrasqueira, é o resultado de uma vida inteira dedicada à música e à docência, refletindo um novo olhar pedagógico, que apresenta novos conceitos de ensino da música, ampliando, assim, os horizontes dos estudantes.

Recital-Palestra: Divertimentos - Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical
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Recital-Palestra: Divertimentos - Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical

14 de março de 2018

A ciência do filme “Interestelar”

Viagens interestelares são possíveis? O que há dentro de um buraco negro? Dá pra viajar no tempo? Existem outras dimensões?

O filme Interestelar nos leva ao longo de uma fantástica viagem muito além dos confins do nosso sistema solar.

Nesta palestra, o Prof. Nemmen revelará que os incríveis eventos fictícios do filme, assim como os efeitos especiais inéditos, são baseados em áreas fascinantes da ciência.

O Prof. Nemmen falará sobre buracos negros, viagens interestelares, planetas fora do sistema solar, buracos de minhoca e mais, descrevendo as leis que governam o nosso universo e os fenômenos assombrosos que estas leis tornam possíveis.

Esta palestra acontecerá logo após a exibição do filme Interestelar, que será exibido no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, às 15h45

A ciência do filme "Interestelar"
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A ciência do filme "Interestelar"

14 de março de 2018

A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes

Conhecemos materiais que apresentam uma vasta gama de propriedades surpreendentes, como os cristais líquidos que formam as telas de computadores, supercondutores que conduzem eletricidade sem resistência elétrica, superfluidos que escorrem por tubos sem viscosidade e muitos outros.

Todos esses exemplos têm uma coisa em comum: só acontecem quando juntamos um número muito grande de átomos ou moléculas. Fenômenos que só aparecem quando há um número muito grande de constituintes são conhecidos como propriedades emergentes.

A pergunta que muitos pesquisadores se fazem é: Como entidades simples, como átomos, podem se juntar e dar origem a fenômenos tão intrigantes e complexos? É possível entender uma propriedade emergente, sabendo-se apenas como dois átomos interagem entre si? Como partir do microscópico e chegar ao macroscópico?

Pretende-se, nesta palestra, dar uma ideia dos raciocínios de que lançam mão os físicos para entender a complexidade da natureza a partir das leis simples que regem as interações entre elétrons, núcleos, átomos e moléculas. Usaremos, como guia, o fenômeno da superfluidez e o da supercondutividade.

Download da apresentação


Resenha

Prof. Dr. Eduardo Miranda

O Prof. Eduardo Miranda (Instituto de Física  Gleb Wataghin, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP ) foi o palestrante convidado de mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas – um evento organizado mensalmente pelo IFSC/USP e aberto à sociedade -, que ocorreu no dia 26 de setembro, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP).

O tema abordado pelo palestrante – A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes ? deu uma ideia real de que conhecemos materiais que apresentam uma vasta gama de propriedades surpreendentes, como os cristais líquidos que formam as telas de computadores, supercondutores que conduzem eletricidade sem resistência elétrica, superfluidos que escorrem por tubos sem viscosidade e muitos outros.

Para Eduardo Miranda, todos esses exemplos têm uma coisa em comum: só acontecem quando juntamos um número muito grande de átomos ou moléculas. Fenômenos que só aparecem quando há um número muito grande de constituintes são conhecidos como propriedades emergentes.

A pergunta que muitos pesquisadores se fazem é: Como entidades simples, como átomos, podem se juntar e dar origem a fenômenos tão intrigantes e complexos? É possível entender uma propriedade emergente, sabendo-se apenas como dois átomos interagem entre si? Como partir do microscópico e chegar ao macroscópico?

O palestrante pretendeu, nesta palestra, dar uma ideia dos raciocínios de que lançam mão os físicos para entender a complexidade da natureza a partir das leis simples que regem as interações entre elétrons, núcleos, átomos e moléculas.

A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes
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A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes

14 de março de 2018

Garatéa-L: A Missão Lunar Brasileira

Você já sonhou em ser astronauta? Como tal pergunta modelou a vida de um jovem empreendedor e o tornou o único brasileiro a trabalhar na missão Rosetta, projeto europeu que pousou uma sonda em um cometa, em 2014.

Nesta palestra será abordada a importância da pesquisa espacial para o Brasil, bem como a primeira tentativa brasileira de colocar uma sonda na Lua, a Garatéa-L.

 

Download da apresentação

 


Resenha

Prof. Lucas Fonseca

O Prof. Lucas Fonseca foi o palestrante convidado em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, promovido pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), evento que ocorreu no dia 22 de agosto, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas.

Lucas Fonseca é CEO da empresa de consultoria Airvantis e Diretor da Missão Garatéa, um projeto que pretende enviar, pela primeira vez na história, uma sonda brasileira para sobrevoar a órbita lunar e coletar dados sobre a superfície, conduzindo experimentos científicos pioneiros com micróbios, moléculas e até células humanas. A ideia é a equipe beneficiar da recente revolução dos designados nanossatélites, mais conhecidos como cubesats, uma aposta que colocará o Brasil entre os pares na exploração espacial.

Aquela que será a primeira missão lunar brasileira está sendo desenvolvida em conjunto com cientistas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), da USP, LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), Instituto Mauá de Tecnologia e da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

Abordando o tema “Garatéa-L – a missão lunar brasileira”, Lucas Fonseca – que foi aluno da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP),  aproveitou sua palestra para falar também de seu trabalho na Agência Espacial Europeia e de sua participação, como único brasileiro, na missão, Rosetta, que em 2014 logrou pousar, de forma inédita, uma sonda no cometa 67P.

Garatéa-L: A Missão Lunar Brasileira
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Garatéa-L: A Missão Lunar Brasileira

14 de março de 2018

O Universo

É fácil descrever nosso Universo, mas ao mesmo tempo ele é um enorme quebra-cabeças. Com seis números, conseguimos descrever a evolução do Universo desde sua criação — o Big Bang — até hoje, e até mesmo no futuro.

Entretanto, os seis números contêm mistérios profundos. Se você somar toda a massa que existe nas estrelas, nos planetas e nas galáxias, o resultado é menos de 1% do que podemos calcular a partir do que vemos através de nossos telescópios.

O que mais há lá fora? Por que falta tanta coisa? Talvez o maior mistério seja a energia escura, uma pressão inexplicável que domina a expansão de nosso Universo e compreende 70% de toda a sua massa-energia.

Um dos astrônomos que descobriu a energia escura em 1998, eu o(a) conduzirei em uma viagem através do Universo, desde a explosão do seu nascimento até sua bizarra morte, no futuro distante. Passaremos, claro, pelo presente.

 

 


Resenha

Prof. Nicholas B Suntzeff

O Prof. Nicholas Suntzeff (Distinguished professor da Texas A&M University -EUA) será o palestrante convidado em mais uma edição do programa ?Ciência às 19 Horas? (a última deste semestre), que ocorrerá hoje, dia 20 de junho, a partir das 19 horas, no Auditório ?Prof. Sérgio Mascarenhas?.

Numa interessante abordagem, Suntzeff dissertará sobre o tema ?O Universo?, tentando mostrar como é fácil descrever o mesmo, embora ele seja um verdadeiro e enorme quebra-cabeças. Com seis números, consegue-se descrever a evolução do Universo desde sua criação – o Big Bang – até hoje, e até mesmo no futuro. Contudo, segundo o palestrante, esses seis números contêm mistérios profundos. Se você somar toda a massa que existe nas estrelas, nos planetas e nas galáxias, o resultado é menos de 1% do que podemos calcular a partir do que vemos através de nossos telescópios.

Suntzeff responderá, ainda, a algumas questões que se colocam, como, por exemplo, o que mais existe lá fora? Por que falta tanta coisa? Talvez o maior mistério seja a energia escura, uma pressão inexplicável que domina a expansão de nosso Universo e compreende 70% de toda a sua massa-energia.

Mundialmente famoso por ter criado, em 1994, junto com Brian Schmidt, o programa de observação de supernovas distantes, observações essas que quatro anos mais tarde mostraram que a expansão do universo é acelerada e deram origem ao conceito de Energia Escura (Schmidt e Adam Riess receberam o Prêmio Nobel de 2011), Suntzeff conduzirá os participantes de sua palestra em uma viagem através do Universo, desde a explosão do seu nascimento até sua bizarra morte, num futuro ainda muito distante.

O Universo
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O Universo

14 de março de 2018

Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência

O conhecimento sobre como nosso planeta funciona e como nossa vida é afetada por este funcionamento dinâmico e cada vez melhor caracterizado e compreendido, será a base da palestra. Trataremos não apenas do que se conhece hoje acerca das placas tectônicas, seus movimentos, seus efeitos e conexões com outros processos da Natureza, mas de como esse conhecimento foi adquirido, por meio de uma longa evolução de observações, reflexões e discussões, utilizando o método científico.

A teoria da Tectônica de Placas tem sido cada vez mais divulgada nos meios de comunicação e verificamos um interesse crescente com relação aos detalhes dos processos dinâmicos envolvidos e também com relação às razões pelas quais esta teoria encontra-se tão fortemente estabelecida.

Venha satisfazer sua curiosidade e compreender melhor como o planeta se tornou o que é hoje!

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Resenha

Maria Cristina Motta de Toledo

O Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) recebeu no dia 16 de maio último mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, desta vez com a participação da Profª Drª Maria Cristina Motta de Toledo (EACH/USP), que dissertou sobre o tema “Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência”.

A teoria da Tectônica de Placas tem sido cada vez mais divulgada nos meios de comunicação e verifica-se um interesse crescente com relação aos detalhes dos processos dinâmicos envolvidos e também com relação às razões pelas quais esta teoria encontra-se tão fortemente estabelecida.

O movimento constante das placas tectônicas de nosso planeta tem impactos diretos sobre a vida que existe nele, e não só ao nível humano. A dinâmica interna de nosso planeta, o movimento quase constante dessas placas tectônicas é que provoca os terremotos e tsunamis e, com eles, algumas mudanças climáticas, a formação de recursos minerais e o crescimento de cadeias montanhosas, entre outros fatores.

Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência
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Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência

14 de março de 2018

Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer

Câncer é um nome usado para definir mais de 100 doenças distintas, que tem em comum o crescimento descontrolado das células de um determinado tecido. Esse crescimento descontrolado afeta os tecidos adjacentes e distantes formando as metástases. O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável por 8.8 milhões de mortes em 2015.

O câncer é causado por alterações que ocorrem no material genético das células e que são capazes de reprogramar as células normais e transformá-las em células tumorais. O sequenciamento do genoma humano e o desenvolvimento de novas metodologias de análise do material genético permitiram aos cientistas identificar essas alterações e, com isso, compreender os diferentes passos dessa transformação.

O conhecimento acumulado ao longo da últimas 4 décadas começa a ser utilizado em benefício dos pacientes com câncer, permitindo um diagnóstico mais precoce, um melhor acompanhamento da doença e o desenvolvimento da medicina personalizada na oncologia, na qual é possível selecionar o tratamento mais eficaz com base nas informações genéticas do tumor. Nesta palestra, vamos falar um pouco sobre as bases genéticas do câncer, sobre o processo de transformação celular e sobre como a medicina personalizada tem sido utilizada para mudar a história de alguns tipos de câncer.


Resenha

Anamaria A. Camargo (PhD)

Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer foi o tema abordado em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, organizado pelo IFSC/USP e que ocorreu no último dia 25 de Abril, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, com a participação da Dra. Anamaria A. Camargo (PhD), Coordenadora do Centro de Oncologia Molecular do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Hospital Sírio-Libanês (SP).

Abordando o tema de forma bem genérica, em diálogo realizado mesmo antes de sua palestra, a pesquisadora sublinhou o fato do câncer ser uma doença genética causada por alterações que herdamos dos nossos pais e também por alterações que são introduzidas ao longo de nossa vida, tanto por ação do ambiente como da própria fisiologia das células.

Essas alterações determinam o comportamento das células tumorais e caracterizar essas alterações tem sido muito importante para a medicina, por ter permitido desenvolver novos métodos de diagnóstico e terapias mais direcionadas contra a doença.

Normalmente, as terapias que se conhecem, nomeadamente, radioterapia e quimioterapia, afetam todas as células normais, que se dividem, e essas novas terapias, ao contrário, vão afetar apenas as células tumorais, provocando menos efeitos colaterais e uma eficácia maior.

Contudo, existe a necessidade de identificar quais são os pacientes que se beneficiam desse novo tratamento e aí aparece o papel extremamente importante trazido pela medicina personalizada, que é identificar qual a melhor droga para o paciente, por forma a ter o melhor resultado. Isso tem sido a história da medicina personalizada, que é uma história recente, mas que já tem tido resultados muito interessantes para alguns tipos de câncer, como o de pulmão, de mama, nas leucemias, e até mesmo no câncer do cólon.

Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer
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Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer

14 de março de 2018

Astrobiologia: estudando a vida no Universo

Uma das perguntas mais antigas que a humanidade se faz é “Estamos sozinhos no Universo?”. Na tentativa de responder a essa e outras questões extremamente complexas da natureza, como a origem da vida, foi criado um novo campo de pesquisa, a Astrobiologia, a qual reúne pesquisadores de diferentes áreas, trabalhando em colaboração.

Os cientistas, atuando como exploradores modernos, vasculham a vida em nosso planeta, desde as profundezas oceânicas até o alto das montanhas, procurando entender como ela surgiu, evoluiu e, em muitos casos, extinguiu-se, com o passar dos bilhões de anos de história da Terra. E hoje, esse esforço se estende para além da Terra, para os planetas e luas do Sistema Solar e mesmo para planetas muito distantes, orbitando outras estrelas de nossa Galáxia. Talvez consigamos encontrar indícios de vida extraterrestre, talvez não, mas o importante é que, no caminho, estamos compreendendo melhor os processos naturais que permitiram que um fenômeno tão complexo, como a vida, tenha surgido e evoluído em nosso Universo.

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Resenha

Prof. Dr. Douglas Galante

Uma das perguntas mais antigas que a humanidade se faz é: Estamos sozinhos no Universo? Na tentativa de responder a essa e outras questões extremamente complexas da natureza, como a origem da vida, foi criado um novo campo de pesquisa, a Astrobiologia, a qual reúne pesquisadores de diferentes áreas, trabalhando em colaboração.

Os cientistas, atuando como exploradores modernos, vasculham a vida em nosso planeta, desde as profundezas oceânicas até o alto das montanhas, procurando entender como ela surgiu, evoluiu e, em muitos casos, extinguiu-se, com o passar dos bilhões de anos de história da Terra. E hoje, esse esforço se estende para além da Terra, para os planetas e luas do Sistema Solar e mesmo para planetas muito distantes, orbitando outras estrelas de nossa Galáxia. Talvez consigamos encontrar indícios de vida extraterrestre, talvez não, mas o importante é que, no caminho, estamos compreendendo melhor os processos naturais que permitiram que um fenômeno tão complexo, como a vida, tenha surgido e evoluído em nosso Universo.

Das pesquisas e das inúmeras perguntas que se fazem – muitas delas sem resposta, principalmente de como surgiu a vida no nosso planeta e como é que tudo começou e como conseguimos chegar a este estágio, partimos para outro questionamento, que é, exatamente, se estamos sozinhos neste vastíssimo Universo. Mas, a pergunta relacionada com o estarmos sós nesta imensidade é no aspecto da vida inteligente, ou da vida em seu âmbito mais primário? Existem respostas concretas, ou tudo ainda é muito nebuloso, por vezes considerado tabú?

A astrobiologia pode dar respostas mais concretas sobre estes questionamentos?

Confira a entrevista com o Prof. Dr. Douglas Galante, pesquisador no Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), em entrevista realizada pouco antes de sua palestra, no dia 21 de março de 2017, no Auditório prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP).

Clique AQUI para assistir à entrevista.

Astrobiologia: estudando a vida no Universo
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Astrobiologia: estudando a vida no Universo

14 de março de 2018

Das margens para o centro: A história da segunda revolução quântica

O palestrante apresentará um histórico dos aspectos intelectuais e contextuais associados à renovação da pesquisa sobre os fundamentos da física quântica, a que o físico francês Alain Aspect chamou de “a segunda revolução quântica”.

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Resenha

Na última palestra de 2016, inserida no programa Ciência às 19 Horas, coube ao Prof. Dr. Olival Freire Jr., docente e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA) dissertar sobre o tema Das margens para o centro ? A história da segunda revolução quântica. O título desta palestra foi propositalmente enigmático, remetendo para aquilo que alguns chamam de 2ª revolução quântica, que na verdade é um conjunto de conceitos e técnicas que se tornaram disponíveis nos anos 60, 70 do século XX, em contraposição com a primeira revolução que aconteceu no início desse mesmo século.

Prof. Dr. Olival Freire Jr

Essa 2ª revolução quântica, que teve enormes impactos na ciência e que promete outros ainda maiores, promete uma alteração no modo de processamento na área de informação quântica. De fato, segundo o palestrante, são apenas promessas. Essa área de informação quântica é, hoje, uma área da física muito quente, já que aconteceram atividades que foram desenvolvidas às margens da física. Não eram atividades, nem pesquisas muito bem valorizadas ou consideradas: eram pesquisas que trabalhavam com teorias chamadas heterodoxas, que, na física, podem representar o final da carreira de um jovem físico, se ele se dedicar excessivamente a trabalhos desse tipo, por exemplo.

A ideia de margem e centro é muito usual na ciência, para distinguir o que é mainstream, como explica Olival Jr: O que significa aquela agenda de pesquisa que é perfeitamente bem valorizada numa comunidade científica e o que é que são os temas que não são muito bem considerados, por razões diversas? Procuro sempre argumentar que parte dos conceitos essenciais do que chamamos de 2ª revolução quântica foi formulada num contexto de controvérsias, num contexto em que alguns desses proponentes eram muito mal considerados na comunidade dos físicos, na comunidade científica. Hoje, são altamente bem considerados, recebem premiações e tudo mais. Mas, por que o meu interesse nisso? Não é propriamente um interesse de trazer à luz alguém que foi valorizado na sua trajetória, embora isso seja importante, mas também valorizar e destacar, na ciência, aqueles que, no seu devido tempo, não tiveram destaque. Mas, o meu principal interesse é mostrar que esse é um bom caso para a gente compreender o quão complexa é a atividade científica. Então, ele, para mim, serve como um bom argumento contra qualquer visão simplista do que seja a atividade científica. O que é que eu chamo de atividade simplista? Tipicamente você pensa “Não! Ciência é você fazer os dados experimentais, a partir daí extrair uma teoria e por aí afora”. Não é assim. Ciência envolve muita conjectura, muita imaginação. Ciência tem uma atividade com uma dimensão social: o modo como você, jovem estudante, se relaciona com os seus colegas, o modo como você entra numa controvérsia. Então, o desenvolvimento da história da ciência, portanto, é um fenômeno tão complexo quanto os fenômenos complexos que a própria ciência estuda, enfatiza o pesquisador.

Das margens para o centro: A história da segunda revolução quântica
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Das margens para o centro: A história da segunda revolução quântica

14 de março de 2018

Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial

A Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial.

 

Resenha

A edição do passado dia 25 de outubro do programa Ciência às 19 Horas foi diferente do que é habitual, não só pelo destaque conferido ao palestrante convidado, o Prof. Fabio Jatene, que na circunstância apresentou o tema Implantação de novas tecnologias no país e no cenário econômico mundial, como também pela homenagem que foi feita a seu pai, o famoso e saudoso Adib Domingos Jatene (Xapuri, Acre, 4 de junho de 1929 ? São Paulo, 14 de novembro de 2014), médico (cirurgião torácico), professor universitário, inventor e cientista brasileiro.

Antes mesmo da palestra, coube ao Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP) iniciar o pequeno período dedicado à lembrança da vida e obra de Adib Jatene, tendo sido acompanhado pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, pela futura Reitora da UFSCar, Profª Vera Hoffmann, e pelo Dr. Roberto Verzola, médico cardiologista e docente do Departamento de Ciências Fisiológicas – Laboratório de Fisiologia do Exercício (UFSCar), entre outros convidados.

Depois de ter recordado a vida e obra de Adib Jatene, o Prof. Sérgio Mascarenhas e o Diretor do IFSC/USP entregaram a seu filho, Prof. Fabio Jatene, uma placa de homenagem em reconhecimento à obra do famoso cirurgião torácico.

Filho de imigrantes árabes, Adib Jatene formou-se em medicina na Universidade de São Paulo, onde viria a se tornar professor. Conhecido e respeitado internacionalmente, além das dezenas de inovações no meio médico, como o inventor de uma cirurgia do coração que leva seu nome para tratamento da transposição das grandes artérias em recém-nascidos, e do primeiro coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas .

Jatene foi secretário estadual de Saúde no governo de Paulo Maluf e duas vezes ministro da Saúde durante o Governo Collor e, a última delas, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e foi agraciado com o Prêmio Anísio Teixeira, em 1991.

Prof. Fabio Biscegli Jatene

Já no que diz respeito à palestra proferida pelo filho do homenageado ? Prof. Fabio Biscegli Jatene -, falar de tecnologia é sempre um assunto complexo, caso se decida falar de todos os campos da atividade, e muito mais complexo quando falamos de áreas específicas, como é o caso da medicina. Existem áreas que tiveram e têm ainda um desenvolvimento extraordinário, como, por exemplo, a aviação comercial, agricultura e petróleo, entre muitas outras, mas em outras áreas esses avanços não ocorreram nem ocorrem na mesma proporção.

Para quem ainda não o conheça suficientemente, o Prof. Fabio Jatene é Professor Titular de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), e Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, com especialização em Cirurgia Torácica e Cirurgia Cardiovascular. É autor de 219 artigos científicos em revistas científicas nacionais (176) e internacionais (43), foi editor de 7 livros e manuais na área e autor de 52 capítulos em livros nacionais (43) e internacionais (9), tendo recebido 18 prêmios ao longo de sua carreira.

Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial
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Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial

14 de março de 2018

Somos um Holograma?

O tempo e o espaço parecem fluidos, suaves e contínuos. Isso é verdade ou será apenas uma ilusão? Ninguém sabe, mas podemos especular. Uma possibilidade bem radical estudada por vários físicos é que nosso Universo, percebido como uma realidade tridimensional, é na verdade um holograma.

 

 

 

 

 


Resenha

Prof. Pedro Vieira

O tempo e o espaço parecem fluidos, suaves e contínuos. Isso é verdade ou será apenas uma ilusão? Ninguém sabe, mas podemos especular. Uma possibilidade bem radical estudada por vários físicos é que nosso Universo – percebido como uma realidade tridimensional – é na verdade um holograma.

Este é um breve resumo da palestra que o Prof. Pedro Vieira* proferiu no passado dia 04 de outubro, em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, subordinada ao tema Somos um holograma?.

Mas, como podemos ser um holograma?

Muitas vezes, na nossa intuição, algo nos parece suave e contínuo, como um líquido, mas, de fato, nem tudo é assim, explica o pesquisador convidado. Um líquido, como a água, parece à primeira vista, suave, que se deixa escorrer pela mão, até por vezes de forma poética, mas na realidade e ao contrário do que se possa supor de imediato, ele está cheio de moléculas: portanto, não é nada contínuo e suave. Por vezes, também algo que à distância parece suave, na verdade, quando é visto mais perto é totalmente diferente. E, se com o líquido podemos observar que ele é uma ilusão em termos de suavidade, podemos questionar se com o espaço, com o Universo, acontece a mesma coisa. Será que o espaço é suave, que eu posso me deslocar até qualquer ponto, ou que eu posso embalar minha mão tranquilamente? Parece suave esse movimento que acabamos de descrever Não será apenas uma mera ilusão?

O certo é que, na natureza, ainda não encontramos nada suave. Por exemplo, uma mesa não é suave, pois ela está cheia de moléculas. Então, será que o espaço é a primeira coisa que é suave? Não sabemos!!! O certo é que o espaço está cheio de moléculas. Contudo, existe outra hipótese, que é o próprio espaço ser uma ilusão, que ele não existe, que nós mesmos somos todos uma ilusão, podendo ser, inclusive, um holograma. A ideia é, através do pensamento, entender qual é a natureza do espaço-tempo, colocando perguntas teóricas e inventando experiências imaginárias, sendo que uma delas consiste em imaginar tentar ver qual é a quantidade de bagunça que existe em uma determinada região do espaço-tempo, comenta Pedro Vieira.

Imaginemo-nos, por exemplo, numa sala cheia de bagunça ? mesas, cadeiras, camas, roupas, tapetes, etc. -, tudo em desordem. Se tivermos uma sala duas vezes maior, imediatamente somos induzidos a dizer que a bagunça vai ser duas vezes maior, ou seja, vai ter duas mesas, uma série enorme de cadeiras, várias camas e tapetes, ou seja, tudo multiplicado por dois. Contudo, não é bem assim, segundo o palestrante. Quando estudamos o espaço-tempo e quando colocamos a questão se esse espaço duplicado também duplica a bagunça, a designada desordem, chegamos à conclusão que isso não é verdade, ou seja, a bagunça não é proporcional ao volume do espaço, mas sim à sua área ? e isso é uma surpresa.

Segundo nosso entrevistado, se observarmos uma casa, do lado de fora, chegamos à conclusão de que se a duplicarmos, de fato a bagunça existente dentro dela é proporcional à área das paredes e não ao volume. Na verdade, a casa está vazia, contudo as paredes estão carregadas de coisas e se duplicarmos o tamanho das paredes, aí sim, as ?bagunças? existentes nas paredes duplicam também. Pedro Vieira acrescenta que se traduzirmos essa ideia para o tema do espaço-tempo, talvez não exista nada dentro dele e talvez toda a informação esteja em uma membrana, em um holograma que estaria no fim desse espaço-tempo. É uma ideia bem radical, mas é a melhor que temos até agora, afirma Pedro Vieira. Esta linha de raciocínio vai exatamente ao encontro dos designados buracos-negros, colocando-nos questões, como, por exemplo, o que são eles e como poderemos estudar e encontrar a quantidade de desordem que existe dentro deles. Para o palestrante tudo isso são experiências de pensamento: a desordem aumenta sempre, de igual forma como quando você quebra um copo, ou um prato e os pedaços não se unem mais. Comparativamente, se enchermos uma sala com uma quantidade enorme de bagunça, de objetos, em determinado momento a sala fica tão cheia que forma buracos-negros: claro que isto que acabo de dizer é uma experiência de pensamento.

Se juntarmos essas ideias explanadas pelo Prof. Pedro Vieira, iremos concluir que o buraco-negro é o local onde existe mais bagunça. Quando um buraco-negro é formado, ele não se desfaz mais. A questão dos buracos-negros é mais simples do que estudar um ambiente, como uma sala ou o interior de uma casa. Para os físicos, estudar um buraco-negro é algo que se consegue fazer com alguma facilidade. Esta experiência do pensamento leva-nos à conclusão que a desordem de um buraco-negro é proporcional à área do mesmo não ao seu volume. Assim, se é verdade que um buraco-negro tem mais bagunça que o interior de uma casa ou de uma sala, então o que está dentro delas é real, ou seja, não existe nada dentro delas, pois toda a informação está localizada nas paredes. Essa é a ideia de holograma, que é uma imagem que parece tridimensional, mas que na verdade é apenas bidimensional, conclui o pesquisador.

*Pedro Vieira pesquisador do ICTP South American Institute for Fundamental Research – ICTP/SAIFR, IFT/UNESP – Perimeter Institute for Theoretical Physics, Ontario, Canada, será o palestrante, interagindo com o público de uma forma muito peculiar: ele falará apenas dez minutos sobre o tema e discutirá os pormenores de sua abordagem com os espectadores, numa espécie de bate-papo direto.

Somos um Holograma?
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Somos um Holograma?

14 de março de 2018

Energia Renovável: Um panorama nacional

Nesta palestra, inicialmente será mostrado um quadro geral da energia nacional, focando na energia elétrica e sua geração altamente concentrada, bem como a infraestrutura nacional.

Em seguida, será brevemente abordada a possibilidade da geração distribuída e seus possíveis benefícios para o país.

Após a exposição dos benefícios da geração distribuída, serão abordados os modais eólico, solar, biomassa e hidrocinético na geração distribuída e na geração concentrada.

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Resenha

Prof. James R. Waterhouse

O Brasil é um dos países no mundo com a maior porção de energia elétrica renovável, só que completamente concentrada no modal hidrelétrico, ou seja, construída e instalada muito longe dos centros de consumo, provocando, por isso, um problema muito grande no que diz respeito à transmissão.

Este foi o resumo que o Prof. James Waterhouse fez à Assessoria de Comunicação sobre o tema intitulado Energia renovável: um panorama nacional, palestra apresentada na última edição do programa Ciência às 19 Horas, ocorrida no dia 20 de setembro, no Auditório ?Prof. Sérgio Mascarenhas? (IFSC/USP).

E, o problema salientado no início desta nossa matéria deve-se, em primeiro lugar, à distância das hidrelétricas dos centros de consumo. Com exceção de Furnas, que se localiza no estado de Minas Gerais, as restantes localizam-se na bacia amazônica ou no Paraná e os consumidores estão a mais de mil quilômetros de distância, como, por exemplo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Desta forma, segundo Waterhouse, tem que se utilizar muitas linhas de transmissão, o que tem causado sérios problemas para o país, desde há longo tempo. Embora a geração de energia seja enviada através de novas hidrelétricas, cuja transmissão também foi ampliada, o certo é que ela está ainda aquém da necessidade nacional. ?Temos tido muitos problemas com transmissão nos últimos vinte anos, no Brasil, além de termos outro problema muito grave, que é o endividamento do setor elétrico, que hoje é todo estatal?, comenta Waterhouse.

Segundo explicou o palestrante, o setor estatal é controlado pela presidência da república, que fez um decreto para a redução da tarifa energética, só que esse decreto acarretou num endividamento recorde de todas as empresas que não conseguiram cumprir metas de custo: por lei, elas foram obrigadas a vender a energia mais barata e acumularam dívidas. ?Só a Eletrobrás, que é uma das faces dessa história – ou a principal face -, tem uma dívida de mais ou menos 45 bilhões de reais. Então, não tem como não quebrar e se quebra, quebra o país. Energia todo mundo consome. Precisamos de energia. O sistema Eletrobrás, se não fosse estatal, estava falido, basicamente?, enfatiza o palestrante.

Dessa forma, a dívida de 45 bilhões terá que ser recuperada e quem vai pagar essa dívida, basicamente, é o consumidor, que vai reverter todos esses erros. Contudo, nesse intrincado processo de redução do endividamento, as empresas começaram a contingenciar investimentos. ?O primeiro investimento comprometido foi a expansão de linhas de transmissão, e, na sequência, o processo de manutenção das linhas. As linhas de transmissão são ativos e de grande durabilidade – trinta e cinco ou quarenta anos de durabilidade -, então você tem que renovar, fazer uma manutenção compatível, só que sem dinheiro não existe manutenção?, lamenta Waterhouse.

Em face desses problemas, o que todas as concessionárias fizeram foi realizar um mínimo de manutenção possível nas linhas, porque não tinham dinheiro. Na opinião de nosso entrevistado, todo ativo de transmissão enfrenta dois problemas, sendo que o primeiro se concentra na idade de grande parte dos ativos nacionais de transmissão, que foram feitos durante a época do governo militar, tendo-se atingido exatamente o momento de reformá-los e trocar tudo. ?Foi exatamente nessa hora que o recurso foi contingenciado. Então, as empresas de distribuição, todas as concessionárias, pouparam recursos, fazendo a mínima manutenção possível aquém da necessidade. Só que, como veio uma recessão brutal (a maior recessão do país), o consumo de energia, que crescia a 6% ao ano, diminuiu. Hoje temos uma sobre-oferta de energia da ordem de 5% e, no processo de retomada de crescimento, com 2% ou 2,5% que o país volte a crescer, esse excedente de energia passa imediatamente a virar déficit e as linhas vão ser imediatamente sobrecarregadas. Num futuro próximo haverá um risco – que não é desprezível – de termos um ativo bastante depreciado, sem a devida manutenção e com aumento de consumo muito grande?, sublinha James Waterhouse.

Energia Renovável: Um panorama nacional
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Energia Renovável: Um panorama nacional