Palestras

14 de agosto de 2018

Missão espacial Gaia: uma nova era da Astronomia

Há milhares de anos o Homem admira e se encanta com o céu estrelado.

Através de observações cuidadosas e sistemáticas, vem construindo e refinando o seu conhecimento que vai muito além dos corpos celestes que vemos.

Hoje estamos dando mais um salto gigantesco. As grandezas observacionais sobre as quais repousa o conhecimento do Sistema Solar, da Galáxia e do Universo em geral foram finalmente, abundantemente medidas com precisões inimagináveis.

A missão espacial Gaia da Agência Espacial Europeia colocou em nossas mãos, em 25 de abril de 2018, dados observacionais em quantidade e com qualidade com as quais até bem pouco tempo nem sonhávamos. Entre eles, a grandeza mais importante de toda a Astronomia: a distância de mais de um bilhão de estrelas que nos permite dizer onde se encontram, como são e como dançam, iniciando assim, uma nova era no estudo do Universo.

Não se trata de uma nova descoberta, mas sim de uma base de dados sem precedentes sobre a qual repousará o conhecimento astronômico nos próximos 40-50 anos. Desde a publicação do segundo e mais importante “release” de dados do Gaia, cientistas do mundo todo estão mergulhados nesse oceano de posições, movimentos, brilhos, cores, etc., confirmando, revendo e refinando o conhecimento que temos do universo e prestes a descobrirem aquilo que nem suspeitávamos que existia.

Fica aqui, o convite para penetrarmos nessa nova realidade da Astronomia e nesse momento histórico que estamos vivendo, em mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, que ocorrerá no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP.

Missão espacial Gaia: uma nova era da Astronomia
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Missão espacial Gaia: uma nova era da Astronomia

15 de junho de 2018

O que é Metabolismo? Como nossos corpos transformam o que comemos no que somos

Nesta palestra, que ocorrerá no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP), aberta a todos e com entrada gratuita, irá ser discutido o que é Metabolismo, de que modo se modificam as moléculas que comemos, dentro de de nossos corpos, porque as pessoas engordam e os efeitos causados por diferentes dietas.

O que é Metabolismo? Como nossos corpos transformam o que comemos no que somos
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O que é Metabolismo? Como nossos corpos transformam o que comemos no que somos

27 de maio de 2018

A caminho de Marte

Exploração espacial é uma área cheia de incertezas, tão difícil quanto a escolha de uma profissão. Nesta palestra, o físico brasileiro Ivair Gontijo fará um relato da sua trajetória do interior de Minas Gerais até o JPL, um dos mais sofisticados laboratórios da NASA.

Durante a missão MSL, ele foi o responsável pela construção dos transmissores e receptores do radar usado na descida triunfal do Curiosity no planeta vermelho.

Muitas fotos e vídeos mostrarão detalhes fascinantes dos bastidores do projeto, lançamento e operação do mais complexo veículo robótico já enviado para outro mundo.

Serão abordados também os próximos passos na exploração de Marte.

A missão Mars2020 está em fase de implementação e irá mandar para Marte um novo veículo para coletar amostras com possíveis traços de material orgânico e procurar evidências de vida.

Estaremos, assim, dando os próximos passos em nosso caminho para colocarmos seres humanos no planeta Marte.

A caminho de Marte
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A caminho de Marte

18 de março de 2018

O que mais vem do céu além da luz das estrelas?

O planeta Terra é continuamente bombardeado por “raios cósmicos”, que, em sua maioria, são núcleos de átomos que chegam de todas as direções do céu.

Ao entrar na atmosfera, cada um deles interage com um átomo do ar, produzindo novas partículas, que, por sua vez, também reagirão dando origem a outras, em uma cascata de reações. Ao conjunto das partículas descendo até o solo damos o nome de “chuveiro atmosférico”.

Nós não nos damos conta de que estamos sendo atravessados por partículas desses chuveiros e não percebemos nenhum efeito.

É como fazer o “Raio X” de um dente: não sentimos nada.

Alguns raios cósmicos chegam à Terra com energias muito altas, da ordem da energia de uma bola de tênis sacada por um jogador profissional, concentrada em uma partícula subatômica. Os raios cósmicos mais energéticos são justamente os mais raros. Apenas um deles, em média, chega ao topo da atmosfera em um quilômetro quadrado em um ano.

Justamente por isso, é tão difícil medi-los. Para observá-los, necessitamos de detectores gigantescos como aqueles do Observatório Pierre Auger, instalado nos pampas argentinos, e do qual o Brasil participa ativamente.

Nesta palestra, mostra-se o papel do Observatório Pierre Auger na tentativa de conhecer a identidade desses raios cósmicos ultraenergéticos, de onde eles vêm, como foram produzidos e como interagem.

O que mais vem do céu além da luz das estrelas?
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O que mais vem do céu além da luz das estrelas?

16 de março de 2018

A Amazônia vista do espaço e do chão

Na busca de um destino digno e saudável para a espaçonave Terra, dois cientistas e um astronauta pedalaram mil e cem quilômetros pela Transamazônica, entre os estados do Pará e Amazonas, para viver, analisar e disseminar diversas realidades daquele nosso ecossistema.

Este é o Projeto Transamazônica + 25, que celebra os 25 anos da primeira viagem de Osvaldo Stella por aquela região, e que agora combina conhecimento científico com um olhar documental para estudar as mudanças sofridas pela paisagem e populações locais.

O relato é enriquecido pela experiência, no chão e no espaço, do astronauta da NASA, Chris Cassidy, veterano de dois voos espaciais e que volta à Estação Espacial Internacional este ano para mais uma missão.

A Amazônia vista do espaço e do chão
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A Amazônia vista do espaço e do chão

14 de março de 2018

Relatividade Geral: entortando nossa visão do universo

Há mais de cem anos, Albert Einstein apresentava ao mundo sua nova teoria da gravidade – a Relatividade Geral. Com ela, a mais quotidiana e antiga das interações fundamentais ganhou uma interpretação profunda e até mesmo fantástica.

Nesta apresentação, o palestrante fará uma rápida incursão pelas bases conceituais dessa teoria, conduzindo o espectador através de idéias que às vezes parecem romper os limites da ficção.

Relatividade Geral entortando nossa visão do universo
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Relatividade Geral entortando nossa visão do universo

14 de março de 2018

Recital-Palestra: Divertimentos – Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical

No próximo dia 28/11, o Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas recebe a última edição de 2017 do programa Ciência às 19 Horas, com o Recital-Palestra: Divertimentos – Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical, com as participações de Heloisa Fernandes (Piano) e Toninho Carrasqueira (Flauta), um evento que incluirá o lançamento do livro com o mesmo título do evento, recentemente lançado pela EDUSP.

Esses dois artistas, consagrados internacionalmente, irão compartilhar com o público sua sensibilidade e técnica refinadas, apresentando um repertório de composições onde tradição e modernidade dialogam e abrem espaço para a criação espontânea, a improvisação e a inspiração do momento, propostas no livro.

* Convites para esta edição do programa Ciência às 19 Horas estão sendo distribuídos no Centro Cultural da USP e na Assistência Técnica Acadêmica do IFSC.

 


Resenha

Heloisa Fernandes (Piano) e Toninho Carrasqueira (Flauta)

O dia 28 de novembro de 2017 ficou marcado pela última edição de 2017 do programa Ciência às 19 Horas, com uma programação mais alinhada com conceitos culturais. Dessa forma, o Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP) recebeu o Recital-Palestra: Divertimentos – Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical, com as participações de Heloisa Fernandes (piano) e Toninho Carrasqueira (Flauta), um evento que incluiu o lançamento do livro com o mesmo título do evento, uma publicação da EDUSP.

Esses dois artistas, consagrados internacionalmente, compartilharam com o público sua sensibilidade e técnica refinadas, apresentando um repertório de composições onde tradição e modernidade dialogam e abrem espaço para a criação espontânea, a improvisação e a inspiração do momento, propostas na publicação.

O livro, da autoria de Toninho Carrasqueira, é o resultado de uma vida inteira dedicada à música e à docência, refletindo um novo olhar pedagógico, que apresenta novos conceitos de ensino da música, ampliando, assim, os horizontes dos estudantes.

Recital-Palestra: Divertimentos - Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical
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Recital-Palestra: Divertimentos - Descobertas: Estudos Criativos para o Desenvolvimento Musical

14 de março de 2018

A ciência do filme “Interestelar”

Viagens interestelares são possíveis? O que há dentro de um buraco negro? Dá pra viajar no tempo? Existem outras dimensões?

O filme Interestelar nos leva ao longo de uma fantástica viagem muito além dos confins do nosso sistema solar.

Nesta palestra, o Prof. Nemmen revelará que os incríveis eventos fictícios do filme, assim como os efeitos especiais inéditos, são baseados em áreas fascinantes da ciência.

O Prof. Nemmen falará sobre buracos negros, viagens interestelares, planetas fora do sistema solar, buracos de minhoca e mais, descrevendo as leis que governam o nosso universo e os fenômenos assombrosos que estas leis tornam possíveis.

Esta palestra acontecerá logo após a exibição do filme Interestelar, que será exibido no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, às 15h45

A ciência do filme "Interestelar"
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A ciência do filme "Interestelar"

14 de março de 2018

A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes

Conhecemos materiais que apresentam uma vasta gama de propriedades surpreendentes, como os cristais líquidos que formam as telas de computadores, supercondutores que conduzem eletricidade sem resistência elétrica, superfluidos que escorrem por tubos sem viscosidade e muitos outros.

Todos esses exemplos têm uma coisa em comum: só acontecem quando juntamos um número muito grande de átomos ou moléculas. Fenômenos que só aparecem quando há um número muito grande de constituintes são conhecidos como propriedades emergentes.

A pergunta que muitos pesquisadores se fazem é: Como entidades simples, como átomos, podem se juntar e dar origem a fenômenos tão intrigantes e complexos? É possível entender uma propriedade emergente, sabendo-se apenas como dois átomos interagem entre si? Como partir do microscópico e chegar ao macroscópico?

Pretende-se, nesta palestra, dar uma ideia dos raciocínios de que lançam mão os físicos para entender a complexidade da natureza a partir das leis simples que regem as interações entre elétrons, núcleos, átomos e moléculas. Usaremos, como guia, o fenômeno da superfluidez e o da supercondutividade.

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Resenha

Prof. Dr. Eduardo Miranda

O Prof. Eduardo Miranda (Instituto de Física  Gleb Wataghin, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP ) foi o palestrante convidado de mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas – um evento organizado mensalmente pelo IFSC/USP e aberto à sociedade -, que ocorreu no dia 26 de setembro, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP).

O tema abordado pelo palestrante – A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes ? deu uma ideia real de que conhecemos materiais que apresentam uma vasta gama de propriedades surpreendentes, como os cristais líquidos que formam as telas de computadores, supercondutores que conduzem eletricidade sem resistência elétrica, superfluidos que escorrem por tubos sem viscosidade e muitos outros.

Para Eduardo Miranda, todos esses exemplos têm uma coisa em comum: só acontecem quando juntamos um número muito grande de átomos ou moléculas. Fenômenos que só aparecem quando há um número muito grande de constituintes são conhecidos como propriedades emergentes.

A pergunta que muitos pesquisadores se fazem é: Como entidades simples, como átomos, podem se juntar e dar origem a fenômenos tão intrigantes e complexos? É possível entender uma propriedade emergente, sabendo-se apenas como dois átomos interagem entre si? Como partir do microscópico e chegar ao macroscópico?

O palestrante pretendeu, nesta palestra, dar uma ideia dos raciocínios de que lançam mão os físicos para entender a complexidade da natureza a partir das leis simples que regem as interações entre elétrons, núcleos, átomos e moléculas.

A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes
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A supercondutividade e as propriedades emergentes: porque o todo não é apenas a soma de suas partes

14 de março de 2018

Garatéa-L: A Missão Lunar Brasileira

Você já sonhou em ser astronauta? Como tal pergunta modelou a vida de um jovem empreendedor e o tornou o único brasileiro a trabalhar na missão Rosetta, projeto europeu que pousou uma sonda em um cometa, em 2014.

Nesta palestra será abordada a importância da pesquisa espacial para o Brasil, bem como a primeira tentativa brasileira de colocar uma sonda na Lua, a Garatéa-L.

 

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Resenha

Prof. Lucas Fonseca

O Prof. Lucas Fonseca foi o palestrante convidado em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, promovido pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), evento que ocorreu no dia 22 de agosto, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas.

Lucas Fonseca é CEO da empresa de consultoria Airvantis e Diretor da Missão Garatéa, um projeto que pretende enviar, pela primeira vez na história, uma sonda brasileira para sobrevoar a órbita lunar e coletar dados sobre a superfície, conduzindo experimentos científicos pioneiros com micróbios, moléculas e até células humanas. A ideia é a equipe beneficiar da recente revolução dos designados nanossatélites, mais conhecidos como cubesats, uma aposta que colocará o Brasil entre os pares na exploração espacial.

Aquela que será a primeira missão lunar brasileira está sendo desenvolvida em conjunto com cientistas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), da USP, LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), Instituto Mauá de Tecnologia e da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

Abordando o tema “Garatéa-L – a missão lunar brasileira”, Lucas Fonseca – que foi aluno da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP),  aproveitou sua palestra para falar também de seu trabalho na Agência Espacial Europeia e de sua participação, como único brasileiro, na missão, Rosetta, que em 2014 logrou pousar, de forma inédita, uma sonda no cometa 67P.

Garatéa-L: A Missão Lunar Brasileira
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Garatéa-L: A Missão Lunar Brasileira

14 de março de 2018

O Universo

É fácil descrever nosso Universo, mas ao mesmo tempo ele é um enorme quebra-cabeças. Com seis números, conseguimos descrever a evolução do Universo desde sua criação — o Big Bang — até hoje, e até mesmo no futuro.

Entretanto, os seis números contêm mistérios profundos. Se você somar toda a massa que existe nas estrelas, nos planetas e nas galáxias, o resultado é menos de 1% do que podemos calcular a partir do que vemos através de nossos telescópios.

O que mais há lá fora? Por que falta tanta coisa? Talvez o maior mistério seja a energia escura, uma pressão inexplicável que domina a expansão de nosso Universo e compreende 70% de toda a sua massa-energia.

Um dos astrônomos que descobriu a energia escura em 1998, eu o(a) conduzirei em uma viagem através do Universo, desde a explosão do seu nascimento até sua bizarra morte, no futuro distante. Passaremos, claro, pelo presente.

 

 


Resenha

Prof. Nicholas B Suntzeff

O Prof. Nicholas Suntzeff (Distinguished professor da Texas A&M University -EUA) será o palestrante convidado em mais uma edição do programa ?Ciência às 19 Horas? (a última deste semestre), que ocorrerá hoje, dia 20 de junho, a partir das 19 horas, no Auditório ?Prof. Sérgio Mascarenhas?.

Numa interessante abordagem, Suntzeff dissertará sobre o tema ?O Universo?, tentando mostrar como é fácil descrever o mesmo, embora ele seja um verdadeiro e enorme quebra-cabeças. Com seis números, consegue-se descrever a evolução do Universo desde sua criação – o Big Bang – até hoje, e até mesmo no futuro. Contudo, segundo o palestrante, esses seis números contêm mistérios profundos. Se você somar toda a massa que existe nas estrelas, nos planetas e nas galáxias, o resultado é menos de 1% do que podemos calcular a partir do que vemos através de nossos telescópios.

Suntzeff responderá, ainda, a algumas questões que se colocam, como, por exemplo, o que mais existe lá fora? Por que falta tanta coisa? Talvez o maior mistério seja a energia escura, uma pressão inexplicável que domina a expansão de nosso Universo e compreende 70% de toda a sua massa-energia.

Mundialmente famoso por ter criado, em 1994, junto com Brian Schmidt, o programa de observação de supernovas distantes, observações essas que quatro anos mais tarde mostraram que a expansão do universo é acelerada e deram origem ao conceito de Energia Escura (Schmidt e Adam Riess receberam o Prêmio Nobel de 2011), Suntzeff conduzirá os participantes de sua palestra em uma viagem através do Universo, desde a explosão do seu nascimento até sua bizarra morte, num futuro ainda muito distante.

O Universo
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O Universo

14 de março de 2018

Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência

O conhecimento sobre como nosso planeta funciona e como nossa vida é afetada por este funcionamento dinâmico e cada vez melhor caracterizado e compreendido, será a base da palestra. Trataremos não apenas do que se conhece hoje acerca das placas tectônicas, seus movimentos, seus efeitos e conexões com outros processos da Natureza, mas de como esse conhecimento foi adquirido, por meio de uma longa evolução de observações, reflexões e discussões, utilizando o método científico.

A teoria da Tectônica de Placas tem sido cada vez mais divulgada nos meios de comunicação e verificamos um interesse crescente com relação aos detalhes dos processos dinâmicos envolvidos e também com relação às razões pelas quais esta teoria encontra-se tão fortemente estabelecida.

Venha satisfazer sua curiosidade e compreender melhor como o planeta se tornou o que é hoje!

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Resenha

Maria Cristina Motta de Toledo

O Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) recebeu no dia 16 de maio último mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, desta vez com a participação da Profª Drª Maria Cristina Motta de Toledo (EACH/USP), que dissertou sobre o tema “Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência”.

A teoria da Tectônica de Placas tem sido cada vez mais divulgada nos meios de comunicação e verifica-se um interesse crescente com relação aos detalhes dos processos dinâmicos envolvidos e também com relação às razões pelas quais esta teoria encontra-se tão fortemente estabelecida.

O movimento constante das placas tectônicas de nosso planeta tem impactos diretos sobre a vida que existe nele, e não só ao nível humano. A dinâmica interna de nosso planeta, o movimento quase constante dessas placas tectônicas é que provoca os terremotos e tsunamis e, com eles, algumas mudanças climáticas, a formação de recursos minerais e o crescimento de cadeias montanhosas, entre outros fatores.

Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência
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Da deriva continental às placas tectônicas: como trabalham o planeta e a ciência

14 de março de 2018

Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer

Câncer é um nome usado para definir mais de 100 doenças distintas, que tem em comum o crescimento descontrolado das células de um determinado tecido. Esse crescimento descontrolado afeta os tecidos adjacentes e distantes formando as metástases. O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável por 8.8 milhões de mortes em 2015.

O câncer é causado por alterações que ocorrem no material genético das células e que são capazes de reprogramar as células normais e transformá-las em células tumorais. O sequenciamento do genoma humano e o desenvolvimento de novas metodologias de análise do material genético permitiram aos cientistas identificar essas alterações e, com isso, compreender os diferentes passos dessa transformação.

O conhecimento acumulado ao longo da últimas 4 décadas começa a ser utilizado em benefício dos pacientes com câncer, permitindo um diagnóstico mais precoce, um melhor acompanhamento da doença e o desenvolvimento da medicina personalizada na oncologia, na qual é possível selecionar o tratamento mais eficaz com base nas informações genéticas do tumor. Nesta palestra, vamos falar um pouco sobre as bases genéticas do câncer, sobre o processo de transformação celular e sobre como a medicina personalizada tem sido utilizada para mudar a história de alguns tipos de câncer.


Resenha

Anamaria A. Camargo (PhD)

Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer foi o tema abordado em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, organizado pelo IFSC/USP e que ocorreu no último dia 25 de Abril, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, com a participação da Dra. Anamaria A. Camargo (PhD), Coordenadora do Centro de Oncologia Molecular do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Hospital Sírio-Libanês (SP).

Abordando o tema de forma bem genérica, em diálogo realizado mesmo antes de sua palestra, a pesquisadora sublinhou o fato do câncer ser uma doença genética causada por alterações que herdamos dos nossos pais e também por alterações que são introduzidas ao longo de nossa vida, tanto por ação do ambiente como da própria fisiologia das células.

Essas alterações determinam o comportamento das células tumorais e caracterizar essas alterações tem sido muito importante para a medicina, por ter permitido desenvolver novos métodos de diagnóstico e terapias mais direcionadas contra a doença.

Normalmente, as terapias que se conhecem, nomeadamente, radioterapia e quimioterapia, afetam todas as células normais, que se dividem, e essas novas terapias, ao contrário, vão afetar apenas as células tumorais, provocando menos efeitos colaterais e uma eficácia maior.

Contudo, existe a necessidade de identificar quais são os pacientes que se beneficiam desse novo tratamento e aí aparece o papel extremamente importante trazido pela medicina personalizada, que é identificar qual a melhor droga para o paciente, por forma a ter o melhor resultado. Isso tem sido a história da medicina personalizada, que é uma história recente, mas que já tem tido resultados muito interessantes para alguns tipos de câncer, como o de pulmão, de mama, nas leucemias, e até mesmo no câncer do cólon.

Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer
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Medicina personalizada em Oncologia: a contribuição da genética para o tratamento do câncer

14 de março de 2018

Astrobiologia: estudando a vida no Universo

Uma das perguntas mais antigas que a humanidade se faz é “Estamos sozinhos no Universo?”. Na tentativa de responder a essa e outras questões extremamente complexas da natureza, como a origem da vida, foi criado um novo campo de pesquisa, a Astrobiologia, a qual reúne pesquisadores de diferentes áreas, trabalhando em colaboração.

Os cientistas, atuando como exploradores modernos, vasculham a vida em nosso planeta, desde as profundezas oceânicas até o alto das montanhas, procurando entender como ela surgiu, evoluiu e, em muitos casos, extinguiu-se, com o passar dos bilhões de anos de história da Terra. E hoje, esse esforço se estende para além da Terra, para os planetas e luas do Sistema Solar e mesmo para planetas muito distantes, orbitando outras estrelas de nossa Galáxia. Talvez consigamos encontrar indícios de vida extraterrestre, talvez não, mas o importante é que, no caminho, estamos compreendendo melhor os processos naturais que permitiram que um fenômeno tão complexo, como a vida, tenha surgido e evoluído em nosso Universo.

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Resenha

Prof. Dr. Douglas Galante

Uma das perguntas mais antigas que a humanidade se faz é: Estamos sozinhos no Universo? Na tentativa de responder a essa e outras questões extremamente complexas da natureza, como a origem da vida, foi criado um novo campo de pesquisa, a Astrobiologia, a qual reúne pesquisadores de diferentes áreas, trabalhando em colaboração.

Os cientistas, atuando como exploradores modernos, vasculham a vida em nosso planeta, desde as profundezas oceânicas até o alto das montanhas, procurando entender como ela surgiu, evoluiu e, em muitos casos, extinguiu-se, com o passar dos bilhões de anos de história da Terra. E hoje, esse esforço se estende para além da Terra, para os planetas e luas do Sistema Solar e mesmo para planetas muito distantes, orbitando outras estrelas de nossa Galáxia. Talvez consigamos encontrar indícios de vida extraterrestre, talvez não, mas o importante é que, no caminho, estamos compreendendo melhor os processos naturais que permitiram que um fenômeno tão complexo, como a vida, tenha surgido e evoluído em nosso Universo.

Das pesquisas e das inúmeras perguntas que se fazem – muitas delas sem resposta, principalmente de como surgiu a vida no nosso planeta e como é que tudo começou e como conseguimos chegar a este estágio, partimos para outro questionamento, que é, exatamente, se estamos sozinhos neste vastíssimo Universo. Mas, a pergunta relacionada com o estarmos sós nesta imensidade é no aspecto da vida inteligente, ou da vida em seu âmbito mais primário? Existem respostas concretas, ou tudo ainda é muito nebuloso, por vezes considerado tabú?

A astrobiologia pode dar respostas mais concretas sobre estes questionamentos?

Confira a entrevista com o Prof. Dr. Douglas Galante, pesquisador no Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), em entrevista realizada pouco antes de sua palestra, no dia 21 de março de 2017, no Auditório prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP).

Clique AQUI para assistir à entrevista.

Astrobiologia: estudando a vida no Universo
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Astrobiologia: estudando a vida no Universo

14 de março de 2018

Das margens para o centro: A história da segunda revolução quântica

O palestrante apresentará um histórico dos aspectos intelectuais e contextuais associados à renovação da pesquisa sobre os fundamentos da física quântica, a que o físico francês Alain Aspect chamou de “a segunda revolução quântica”.

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Resenha

Na última palestra de 2016, inserida no programa Ciência às 19 Horas, coube ao Prof. Dr. Olival Freire Jr., docente e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA) dissertar sobre o tema Das margens para o centro ? A história da segunda revolução quântica. O título desta palestra foi propositalmente enigmático, remetendo para aquilo que alguns chamam de 2ª revolução quântica, que na verdade é um conjunto de conceitos e técnicas que se tornaram disponíveis nos anos 60, 70 do século XX, em contraposição com a primeira revolução que aconteceu no início desse mesmo século.

Prof. Dr. Olival Freire Jr

Essa 2ª revolução quântica, que teve enormes impactos na ciência e que promete outros ainda maiores, promete uma alteração no modo de processamento na área de informação quântica. De fato, segundo o palestrante, são apenas promessas. Essa área de informação quântica é, hoje, uma área da física muito quente, já que aconteceram atividades que foram desenvolvidas às margens da física. Não eram atividades, nem pesquisas muito bem valorizadas ou consideradas: eram pesquisas que trabalhavam com teorias chamadas heterodoxas, que, na física, podem representar o final da carreira de um jovem físico, se ele se dedicar excessivamente a trabalhos desse tipo, por exemplo.

A ideia de margem e centro é muito usual na ciência, para distinguir o que é mainstream, como explica Olival Jr: O que significa aquela agenda de pesquisa que é perfeitamente bem valorizada numa comunidade científica e o que é que são os temas que não são muito bem considerados, por razões diversas? Procuro sempre argumentar que parte dos conceitos essenciais do que chamamos de 2ª revolução quântica foi formulada num contexto de controvérsias, num contexto em que alguns desses proponentes eram muito mal considerados na comunidade dos físicos, na comunidade científica. Hoje, são altamente bem considerados, recebem premiações e tudo mais. Mas, por que o meu interesse nisso? Não é propriamente um interesse de trazer à luz alguém que foi valorizado na sua trajetória, embora isso seja importante, mas também valorizar e destacar, na ciência, aqueles que, no seu devido tempo, não tiveram destaque. Mas, o meu principal interesse é mostrar que esse é um bom caso para a gente compreender o quão complexa é a atividade científica. Então, ele, para mim, serve como um bom argumento contra qualquer visão simplista do que seja a atividade científica. O que é que eu chamo de atividade simplista? Tipicamente você pensa “Não! Ciência é você fazer os dados experimentais, a partir daí extrair uma teoria e por aí afora”. Não é assim. Ciência envolve muita conjectura, muita imaginação. Ciência tem uma atividade com uma dimensão social: o modo como você, jovem estudante, se relaciona com os seus colegas, o modo como você entra numa controvérsia. Então, o desenvolvimento da história da ciência, portanto, é um fenômeno tão complexo quanto os fenômenos complexos que a própria ciência estuda, enfatiza o pesquisador.

Das margens para o centro: A história da segunda revolução quântica
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Das margens para o centro: A história da segunda revolução quântica

14 de março de 2018

Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial

A Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial.

 

Resenha

A edição do passado dia 25 de outubro do programa Ciência às 19 Horas foi diferente do que é habitual, não só pelo destaque conferido ao palestrante convidado, o Prof. Fabio Jatene, que na circunstância apresentou o tema Implantação de novas tecnologias no país e no cenário econômico mundial, como também pela homenagem que foi feita a seu pai, o famoso e saudoso Adib Domingos Jatene (Xapuri, Acre, 4 de junho de 1929 ? São Paulo, 14 de novembro de 2014), médico (cirurgião torácico), professor universitário, inventor e cientista brasileiro.

Antes mesmo da palestra, coube ao Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP) iniciar o pequeno período dedicado à lembrança da vida e obra de Adib Jatene, tendo sido acompanhado pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, pela futura Reitora da UFSCar, Profª Vera Hoffmann, e pelo Dr. Roberto Verzola, médico cardiologista e docente do Departamento de Ciências Fisiológicas – Laboratório de Fisiologia do Exercício (UFSCar), entre outros convidados.

Depois de ter recordado a vida e obra de Adib Jatene, o Prof. Sérgio Mascarenhas e o Diretor do IFSC/USP entregaram a seu filho, Prof. Fabio Jatene, uma placa de homenagem em reconhecimento à obra do famoso cirurgião torácico.

Filho de imigrantes árabes, Adib Jatene formou-se em medicina na Universidade de São Paulo, onde viria a se tornar professor. Conhecido e respeitado internacionalmente, além das dezenas de inovações no meio médico, como o inventor de uma cirurgia do coração que leva seu nome para tratamento da transposição das grandes artérias em recém-nascidos, e do primeiro coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas .

Jatene foi secretário estadual de Saúde no governo de Paulo Maluf e duas vezes ministro da Saúde durante o Governo Collor e, a última delas, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e foi agraciado com o Prêmio Anísio Teixeira, em 1991.

Prof. Fabio Biscegli Jatene

Já no que diz respeito à palestra proferida pelo filho do homenageado ? Prof. Fabio Biscegli Jatene -, falar de tecnologia é sempre um assunto complexo, caso se decida falar de todos os campos da atividade, e muito mais complexo quando falamos de áreas específicas, como é o caso da medicina. Existem áreas que tiveram e têm ainda um desenvolvimento extraordinário, como, por exemplo, a aviação comercial, agricultura e petróleo, entre muitas outras, mas em outras áreas esses avanços não ocorreram nem ocorrem na mesma proporção.

Para quem ainda não o conheça suficientemente, o Prof. Fabio Jatene é Professor Titular de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), e Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, com especialização em Cirurgia Torácica e Cirurgia Cardiovascular. É autor de 219 artigos científicos em revistas científicas nacionais (176) e internacionais (43), foi editor de 7 livros e manuais na área e autor de 52 capítulos em livros nacionais (43) e internacionais (9), tendo recebido 18 prêmios ao longo de sua carreira.

Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial
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Implantação de novas tecnologias no País e no cenário econômico mundial

14 de março de 2018

Somos um Holograma?

O tempo e o espaço parecem fluidos, suaves e contínuos. Isso é verdade ou será apenas uma ilusão? Ninguém sabe, mas podemos especular. Uma possibilidade bem radical estudada por vários físicos é que nosso Universo, percebido como uma realidade tridimensional, é na verdade um holograma.

 

 

 

 

 


Resenha

Prof. Pedro Vieira

O tempo e o espaço parecem fluidos, suaves e contínuos. Isso é verdade ou será apenas uma ilusão? Ninguém sabe, mas podemos especular. Uma possibilidade bem radical estudada por vários físicos é que nosso Universo – percebido como uma realidade tridimensional – é na verdade um holograma.

Este é um breve resumo da palestra que o Prof. Pedro Vieira* proferiu no passado dia 04 de outubro, em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, subordinada ao tema Somos um holograma?.

Mas, como podemos ser um holograma?

Muitas vezes, na nossa intuição, algo nos parece suave e contínuo, como um líquido, mas, de fato, nem tudo é assim, explica o pesquisador convidado. Um líquido, como a água, parece à primeira vista, suave, que se deixa escorrer pela mão, até por vezes de forma poética, mas na realidade e ao contrário do que se possa supor de imediato, ele está cheio de moléculas: portanto, não é nada contínuo e suave. Por vezes, também algo que à distância parece suave, na verdade, quando é visto mais perto é totalmente diferente. E, se com o líquido podemos observar que ele é uma ilusão em termos de suavidade, podemos questionar se com o espaço, com o Universo, acontece a mesma coisa. Será que o espaço é suave, que eu posso me deslocar até qualquer ponto, ou que eu posso embalar minha mão tranquilamente? Parece suave esse movimento que acabamos de descrever Não será apenas uma mera ilusão?

O certo é que, na natureza, ainda não encontramos nada suave. Por exemplo, uma mesa não é suave, pois ela está cheia de moléculas. Então, será que o espaço é a primeira coisa que é suave? Não sabemos!!! O certo é que o espaço está cheio de moléculas. Contudo, existe outra hipótese, que é o próprio espaço ser uma ilusão, que ele não existe, que nós mesmos somos todos uma ilusão, podendo ser, inclusive, um holograma. A ideia é, através do pensamento, entender qual é a natureza do espaço-tempo, colocando perguntas teóricas e inventando experiências imaginárias, sendo que uma delas consiste em imaginar tentar ver qual é a quantidade de bagunça que existe em uma determinada região do espaço-tempo, comenta Pedro Vieira.

Imaginemo-nos, por exemplo, numa sala cheia de bagunça ? mesas, cadeiras, camas, roupas, tapetes, etc. -, tudo em desordem. Se tivermos uma sala duas vezes maior, imediatamente somos induzidos a dizer que a bagunça vai ser duas vezes maior, ou seja, vai ter duas mesas, uma série enorme de cadeiras, várias camas e tapetes, ou seja, tudo multiplicado por dois. Contudo, não é bem assim, segundo o palestrante. Quando estudamos o espaço-tempo e quando colocamos a questão se esse espaço duplicado também duplica a bagunça, a designada desordem, chegamos à conclusão que isso não é verdade, ou seja, a bagunça não é proporcional ao volume do espaço, mas sim à sua área ? e isso é uma surpresa.

Segundo nosso entrevistado, se observarmos uma casa, do lado de fora, chegamos à conclusão de que se a duplicarmos, de fato a bagunça existente dentro dela é proporcional à área das paredes e não ao volume. Na verdade, a casa está vazia, contudo as paredes estão carregadas de coisas e se duplicarmos o tamanho das paredes, aí sim, as ?bagunças? existentes nas paredes duplicam também. Pedro Vieira acrescenta que se traduzirmos essa ideia para o tema do espaço-tempo, talvez não exista nada dentro dele e talvez toda a informação esteja em uma membrana, em um holograma que estaria no fim desse espaço-tempo. É uma ideia bem radical, mas é a melhor que temos até agora, afirma Pedro Vieira. Esta linha de raciocínio vai exatamente ao encontro dos designados buracos-negros, colocando-nos questões, como, por exemplo, o que são eles e como poderemos estudar e encontrar a quantidade de desordem que existe dentro deles. Para o palestrante tudo isso são experiências de pensamento: a desordem aumenta sempre, de igual forma como quando você quebra um copo, ou um prato e os pedaços não se unem mais. Comparativamente, se enchermos uma sala com uma quantidade enorme de bagunça, de objetos, em determinado momento a sala fica tão cheia que forma buracos-negros: claro que isto que acabo de dizer é uma experiência de pensamento.

Se juntarmos essas ideias explanadas pelo Prof. Pedro Vieira, iremos concluir que o buraco-negro é o local onde existe mais bagunça. Quando um buraco-negro é formado, ele não se desfaz mais. A questão dos buracos-negros é mais simples do que estudar um ambiente, como uma sala ou o interior de uma casa. Para os físicos, estudar um buraco-negro é algo que se consegue fazer com alguma facilidade. Esta experiência do pensamento leva-nos à conclusão que a desordem de um buraco-negro é proporcional à área do mesmo não ao seu volume. Assim, se é verdade que um buraco-negro tem mais bagunça que o interior de uma casa ou de uma sala, então o que está dentro delas é real, ou seja, não existe nada dentro delas, pois toda a informação está localizada nas paredes. Essa é a ideia de holograma, que é uma imagem que parece tridimensional, mas que na verdade é apenas bidimensional, conclui o pesquisador.

*Pedro Vieira pesquisador do ICTP South American Institute for Fundamental Research – ICTP/SAIFR, IFT/UNESP – Perimeter Institute for Theoretical Physics, Ontario, Canada, será o palestrante, interagindo com o público de uma forma muito peculiar: ele falará apenas dez minutos sobre o tema e discutirá os pormenores de sua abordagem com os espectadores, numa espécie de bate-papo direto.

Somos um Holograma?
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Somos um Holograma?

14 de março de 2018

Energia Renovável: Um panorama nacional

Nesta palestra, inicialmente será mostrado um quadro geral da energia nacional, focando na energia elétrica e sua geração altamente concentrada, bem como a infraestrutura nacional.

Em seguida, será brevemente abordada a possibilidade da geração distribuída e seus possíveis benefícios para o país.

Após a exposição dos benefícios da geração distribuída, serão abordados os modais eólico, solar, biomassa e hidrocinético na geração distribuída e na geração concentrada.

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Resenha

Prof. James R. Waterhouse

O Brasil é um dos países no mundo com a maior porção de energia elétrica renovável, só que completamente concentrada no modal hidrelétrico, ou seja, construída e instalada muito longe dos centros de consumo, provocando, por isso, um problema muito grande no que diz respeito à transmissão.

Este foi o resumo que o Prof. James Waterhouse fez à Assessoria de Comunicação sobre o tema intitulado Energia renovável: um panorama nacional, palestra apresentada na última edição do programa Ciência às 19 Horas, ocorrida no dia 20 de setembro, no Auditório ?Prof. Sérgio Mascarenhas? (IFSC/USP).

E, o problema salientado no início desta nossa matéria deve-se, em primeiro lugar, à distância das hidrelétricas dos centros de consumo. Com exceção de Furnas, que se localiza no estado de Minas Gerais, as restantes localizam-se na bacia amazônica ou no Paraná e os consumidores estão a mais de mil quilômetros de distância, como, por exemplo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Desta forma, segundo Waterhouse, tem que se utilizar muitas linhas de transmissão, o que tem causado sérios problemas para o país, desde há longo tempo. Embora a geração de energia seja enviada através de novas hidrelétricas, cuja transmissão também foi ampliada, o certo é que ela está ainda aquém da necessidade nacional. ?Temos tido muitos problemas com transmissão nos últimos vinte anos, no Brasil, além de termos outro problema muito grave, que é o endividamento do setor elétrico, que hoje é todo estatal?, comenta Waterhouse.

Segundo explicou o palestrante, o setor estatal é controlado pela presidência da república, que fez um decreto para a redução da tarifa energética, só que esse decreto acarretou num endividamento recorde de todas as empresas que não conseguiram cumprir metas de custo: por lei, elas foram obrigadas a vender a energia mais barata e acumularam dívidas. ?Só a Eletrobrás, que é uma das faces dessa história – ou a principal face -, tem uma dívida de mais ou menos 45 bilhões de reais. Então, não tem como não quebrar e se quebra, quebra o país. Energia todo mundo consome. Precisamos de energia. O sistema Eletrobrás, se não fosse estatal, estava falido, basicamente?, enfatiza o palestrante.

Dessa forma, a dívida de 45 bilhões terá que ser recuperada e quem vai pagar essa dívida, basicamente, é o consumidor, que vai reverter todos esses erros. Contudo, nesse intrincado processo de redução do endividamento, as empresas começaram a contingenciar investimentos. ?O primeiro investimento comprometido foi a expansão de linhas de transmissão, e, na sequência, o processo de manutenção das linhas. As linhas de transmissão são ativos e de grande durabilidade – trinta e cinco ou quarenta anos de durabilidade -, então você tem que renovar, fazer uma manutenção compatível, só que sem dinheiro não existe manutenção?, lamenta Waterhouse.

Em face desses problemas, o que todas as concessionárias fizeram foi realizar um mínimo de manutenção possível nas linhas, porque não tinham dinheiro. Na opinião de nosso entrevistado, todo ativo de transmissão enfrenta dois problemas, sendo que o primeiro se concentra na idade de grande parte dos ativos nacionais de transmissão, que foram feitos durante a época do governo militar, tendo-se atingido exatamente o momento de reformá-los e trocar tudo. ?Foi exatamente nessa hora que o recurso foi contingenciado. Então, as empresas de distribuição, todas as concessionárias, pouparam recursos, fazendo a mínima manutenção possível aquém da necessidade. Só que, como veio uma recessão brutal (a maior recessão do país), o consumo de energia, que crescia a 6% ao ano, diminuiu. Hoje temos uma sobre-oferta de energia da ordem de 5% e, no processo de retomada de crescimento, com 2% ou 2,5% que o país volte a crescer, esse excedente de energia passa imediatamente a virar déficit e as linhas vão ser imediatamente sobrecarregadas. Num futuro próximo haverá um risco – que não é desprezível – de termos um ativo bastante depreciado, sem a devida manutenção e com aumento de consumo muito grande?, sublinha James Waterhouse.

Energia Renovável: Um panorama nacional
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Energia Renovável: Um panorama nacional

14 de março de 2018

Vidro: 6.000 anos de maravilhas e mitos

Quer saber o que são vidros? Se os vidros de catedrais medievais escorrem? E se é possível quebrar um vidro ?no grito??

Nesta palestra, descreveremos a descoberta dos vidros há cerca de 6000 anos, ilustraremos como eles são produzidos e as suas principais propriedades físico-químicas.

Também mostraremos algumas aplicações conhecidas, como o Gorilla glass dos telefones celulares, e outras não convencionais, como vidros para uso em medicina e odontologia, vidros que absorvem calor, vidros para visão noturna e vidros para tacos de golfe!

No final desvendaremos as causas das imagens sacras que apareceram misteriosamente numa janela de vidro em Ferraz de Vasconcelos, SP, e vídeos (em Inglês) sobre o famoso tenor italiano Enrico Caruso e a cantora norte-americana Ella Fitzgerald, que quebravam vidros de janelas e taças de vinho com a própria voz!

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Resenha

Prof. Dr. Edgar Dutra Zanotto

Edgar Dutra Zanotto, docente e pesquisador do Departamento de Engenharia de Materiais ? DEMa – Centro de Ensino, Pesquisa e Tecnologia de Materiais Vítreos (CeRTEV), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi o palestrante convidado de mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, que ocorreu no dia 23 de agosto de 2016, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP).

Em sua apresentação ? dinâmica e muito interessante -, intitulada Vidro: 6.000 anos de maravilhas e mitos, Zanotto abordou diversos assuntos relacionados com o vidro, tendo colocado algumas questões curiosas, como, por exemplo, se os vidros de catedrais medievais escorrem, ou se é possível quebrar um vidro no grito. O palestrante descreveu, ainda, como o vidro foi descoberto há cerca de 6.000 anos, tendo ilustrado como ele é produzido e as suas principais propriedades físico-químicas e, na sequência, mostrado algumas aplicações conhecidas, como o Gorilla Glass, dos telefones celulares, e outras menos convencionais, como vidros para uso em medicina e odontologia, vidros que absorvem calor, vidros para visão noturna e vidros para tacos de golfe! No final de sua apresentação, o palestrante levantou um pouco o véu sobre as causas das imagens sacras que apareceram misteriosamente numa janela de vidro em Ferraz de Vasconcelos (SP), bem como vídeos (em Inglês) sobre o famoso tenor italiano Enrico Caruso e a cantora norte-americana Ella Fitzgerald, que quebravam vidros de janelas e taças de vinho com a própria voz!

Na verdade ? e indo diretamente ao encontro do tema desta edição do programa Ciência às 19 Horas -, o vidro foi descoberto acidentalmente há aproximadamente seis mil anos, sendo um dos materiais mais antigos que se conhece, isto, claro, em relação ao vidro artificial, porque também existem vidros naturais produzidos na natureza, sendo que esses sempre existiram. No entanto, segundo Edgar Zanotto, só aproximadamente nos últimos cem anos é que a ciência e a tecnologia do vidro começaram a atuar de forma incisiva e exploratória. Apesar de ser um material que tem seis mil anos, só nos últimos cem anos é que os cientistas começaram a se interessar e a tentar entender e a controlar as propriedades do vidro. E o interessante é que, aqui no Brasil, essa ciência tem quarenta anos e começou exatamente no Instituto de Física da USP, com o Prof. Aldo Aldo Craievich, conforme explica Zanotto: O primeiro artigo científico publicado por um autor vinculado a uma instituição brasileira é de autoria desse renomado pesquisador, que chegou a dar aulas aqui no IFSC/USP, há muitos anos: foi em 1975, numa revista chamada Physics and Chemistry of Glasses, que, por sinal, está comemorando cem anos, sendo a publicação mais antiga dedicada exclusivamente a vidros. E o professor Aldo publicou, então, o artigo em 1975. Eu me formei em 1976 e fui contratado pela engenharia de materiais, como uma espécie de auxiliar de ensino, sem mestrado, sem nada, para montar essa área de vidros no Brasil. E só tinha o professor Aldo e fiz um mestrado aqui na física, por conta dessa coincidência, esclarece nosso convidado.

No que respeita às principais pesquisas que estão sendo feitas no mudo, nesta área, talvez a principal seja tentar entender o genoma dos vidros, a influência de sua estrutura, em nível molecular, as propriedades ópticas, térmicas, mecânicas, eletrônicas, químicas, biológicas etc. Segundo Edgar Zanotto, existe um grande esforço dos pesquisadores nesse assunto, tentando entender os efeitos da estrutura, nas propriedades, para, a partir daí, poderem controlar as estruturas visando desenvolver vidros com certas propriedades e aplicações, algo que, segundo o palestrante, é bastante complexo. É usada muita dinâmica molecular, métodos DFT calculations e muita simulação, porque o acesso experimental, na escala atômica, ainda é restrito, apesar de existirem microscópios eletrônicos de altíssima resolução, difração de nêutrons, difração de Raios-X; mas essas técnicas são muito melhor adaptadas a materiais cristalinos. Os vidros, pelas suas estruturas totalmente desordenadas, dificultam a análise, elucida Zanotto. Outro tipo de pesquisa, na qual a equipe de Edgar Zanotto, na UFSCar, está profundamente envolvida, é cristalizar controladamente os vidros. Os vidros são materiais totalmente desordenados, são líquidos que foram congelados. Eles têm uma tendência à cristalização se forem aquecidos. Então, é possível aquecer controladamente os vidros a determinadas temperaturas e mudar a estrutura de amorfa desordenada para cristalina. Com isso, as propriedades mudam radicalmente e consegue-se formar alguns materiais chamados vitrocerâmicos, que não são vidros, nem são cerâmicas: são materiais cristalinos, obtidos através do controle da cristalização de vidros. Eu trabalho muito nessa área, principalmente no entendimento dos processos de nucleação de cristais, do crescimento dos cristais, de sua organização, da cristalização da combinação desses dois fenômenos, da cinética difusional, em como os átomos se difundem em função da temperatura, se rearranjam, etc. Enfim, tudo isso tem muito trabalho, tanto de cunho eminentemente teórico, como fundamental, quanto, ainda, de cunho aplicado, visando desenvolver esses vidros cerâmicos para uma série enorme de aplicações.

O designado Gorilla Glass é uma das principais inovações surgidas com as pesquisas desenvolvidas em vidro, um material que resiste a oito toneladas por centímetro quadrado. É um material que demorou entre cinco e seis anos para ser desenvolvido pelos pesquisadores, com muito esforço, com muita gente controlando inúmeros detalhes para se chegar até ao produto final. O Gorilla Glass já está sendo usado nos carros top de linha, substituindo, de forma inacreditável, um vidro de 7,8 milímetros de espessura por um de 1 milímetro, com mais resistência e muito menos peso. Outra pesquisa que está sendo desenvolvida pelos pesquisadores é relacionada com biovidros. São vidros que são implantados no corpo humano para substituir ossos e dentes. Eles se ligam automaticamente aos ossos e às cartilagens, sublinha Zanotto. Essa é uma área que começou em 1970. No último congresso sobre essa temática estavam quatro mil participantes. Então tem áreas muito quentes, como, por exemplo, baterias no estado sólido. Por exemplo, as baterias do celular, que atualmente duram um dia, agora a meta é que elas durem uma semana e logo mais um mês. São baterias no estado sólido, de alta capacidade de armazenamento e um dos materiais estudados para utilizar como eletrólito é o vidro. São vidros de altíssima condutividade iônica.

As perspectivas para o futuro nesta área estão focadas na reciclagem, algo que é uma característica muito importante. Hoje, fala-se muito em meio ambiente, em carbon footprint etc., atendendo até que o vidro é um material facilmente reciclado, bastando apenas fundir. Quebrou, sujou, não tem importância: você põe numa forma, refunde e dá outra forma. É forever. O vidro não se degrada como os plásticos e mantém todas as propriedades. Você só não pode misturar cores. Mas, havendo um sistema seletivo de coleta de vidro, é possível reciclar e o curso do vidro reciclado é uma pequena fração de um vidro novo – de vidro virgem, e as propriedades são idênticas. Então, reciclagem é uma palavra muito importante em todas as engenharias e o vidro é o material mais reciclável que existe entre todos os materiais. Então, isso é forte. Reciclagem de vidro é muito forte, muito importante, acrescenta Zanotto

Contudo, é nos materiais vitrocerâmicos que a atenção dos cientistas está mais concentrada, por conterem partículas cristalinas magnéticas dentro, para hipertermia de câncer, por exemplo. Pode-se implantar um vidro desses numa pessoa que tem um tumor cancerígeno, aí vem com um campo magnético externo alternado e aquece apenas esse local onde tem aquela partícula, sem danificar o resto dos tecidos. De fato, cancer hyperthermia são vidros especiais – são vitrocerâmicos -, vidros que foram parcialmente cristalizados e as fases cristalinas têm perdas magnéticas interessantes que elevam a temperatura até 42 graus – não mais do que 42 graus, porque senão mata as células boas também. Então tem muita coisa sendo pesquisada e o futuro é promissor, conclui o Prof. Edgar Zanotto.

Vidro: 6.000 anos de maravilhas e mitos
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Vidro: 6.000 anos de maravilhas e mitos

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