Com o início do funcionamento do Grande Colisor de Hadrons (LHC-Large Hadron Collider) no CERN na Suíça, abre-se uma nova era de descobertas em Física das Partículas Elementares. Nessa palestra descreveremos o que é o LHC, como ele funciona e o que esperamos aprender sobre a Natureza e o Universo a partir dos futuros dados experimentais.
Download da apresentação
Vídeos adicionais
Resenha
Convidado a proferir a palestra intitulada O LHC e o Universo: A busca da origem da massa, o Prof. Rogério Rosenfeld, Diretor do Instituto de Física Teórica da UNESP, descreveu, com pormenor, de que forma é que o LHC é constituído, como funciona e o que se espera dele para que a comunidade científica atinja um maior conhecimento sobre a Natureza e o Universo:
Na verdade, o LHC vai explorar partículas menores que aquelas que estamos habituados a observar e a trabalhar, partículas mais elementares que aquelas que conhecemos. Atualmente, nessa área do conhecimento, estamos numa situação on de a teoria se encontra à frente da experimentação e por isso existem muitas teorias, muitos modelos que ainda não foram testados e o LHC vai possibilitar que se testem várias dessas teorias e várias suposições teóricas. Existe um modelo teórico que descreve a Natureza só até onde nós a conhecemos e o que o LHC vai fazer é testar esse modelo e isso nunca antes aconteceu. Um exemplo disso é a partícula que dá origem à massa de todas as outras partículas elementares – referiu o Prof. Rosenfeld.
Dando como exemplo o elétron, que é uma partícula que circula na fiação, que tem uma massa extraordinariamente pequena, Rosenfeld coloca a questão:
De onde vem essa massa?… Estamos sendo bastante ambiciosos em fazer perguntas fundamentais… Será que conhecemos a origem da massa dessas partículas elementares? No modelo que falei atrás e que ainda não foi testado, existe uma teoria que explica a origem das massas; essa teoria prevê a existência de uma nova partícula que ainda não foi descoberta e tem o nome de Partícula de Higgs (nome dado em homenagem a Peter Higgs, um dos físicos que compuseram o referido modelo) e a busca por essa partícula é, talvez, a prioridade do LHC – explica o acadêmico.
Segundo palestrante, depois de muitos anos, a comunidade científica vai poder ter a chance de testar novas teorias, entre elas a hipótese de existirem novas dimensões extras, além daquelas que conhecemos – 3 dimensões – e, em princípio, o LHC pode chegar lá:
Estamos perante a hipótese de chegarmos a descobertas verdadeiramente revolucionárias, por exemplo, a respeito do nosso espaço e, mais que isso, a respeito do próprio Universo. Hoje não sabemos muita coisa a respeito do Universo, principalmente no capítulo dedicado à sua composição. Sabemos que nós ? matéria e átomos ? correspondemos a uma parte muito pequena do Universo, ou seja, a 5% do seu conhecimento: 95% do Universo é desconhecido. O LHC pode nos dar respostas nunca imaginadas para enriquecer esse conhecimento, como, por exemplo, o enigma sobre a matéria escura – conclui o Prof. Rosenfeld.
(Rui Sintra – Jornalista (IFSC-USP)