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16 de março de 2018

Rumo à descoberta do bóson de Higgs

Subordinada ao tema O que é a massa? E o bóson de Higgs, decorreu no dia 18 de setembro, no Auditório Prof. Sergio Mascarenhas, mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, tendo desta vez como palestrante convidado o Prof. Dr. Carlos Garcia Canal, docente do Departamento de Física da Universidad Nacional de La Plata – Argentina.

A palestra apresentou um breve relato das origens de massa e inércia, e, através da evolução de conceitos sobre a constituição da matéria, foi apresentada a argumentação que a massa dos corpos macroscópicos se deve à massa e interações de seus constituintes, ou seja, os átomos, núcleos atômicos e partículas elementares, como quarks e elétrons.

Finalmente, o palestrante lançou a discussão sobre o problema da origem da massa no contexto das teorias atuais que descrevem as interações (forças) entre corpos, como um processo de troca de partículas ditas intermediárias, enfatizando os últimos passos dados rumo à descoberta do bóson de Higgs.

Antes mesmo de começar sua palestra e em conversa informal com a Assessoria de Comunicação do IFSC, Carlos Garcia Canal afirmou que a principal intenção de sua participação no programa Ciência às 19 Horas era tentar partilhar com o público o entendimento que se tem da massa, mas a um nível microscópico, já que existem diferenças nos conceitos tradicionais da mesma em nossa vida cotidiana.

A massa clássica, que é uma medida da inércia que está relacionada com o nosso peso – o peso de um ser humano – sofre modificações conceptuais quando está em causa a relatividade, ou seja, quando a física se coloca perante uma velocidade próxima à velocidade da luz. Por outro lado, a física também está sendo toda ela repensada ao nível da mecânica quântica, já que ela tem uma vigência nos níveis atômico e subatômico. Através da relatividade, aprendemos que a massa e a energia podem se correlacionar; se você dispõe de energia, ela pode ser materializada em partículas quânticas – comenta Garcia Canal.

Para o palestrante, a massa está diretamente relacionada com as interações fundamentais da Natureza – elétrica e magnética -, interações fortes que têm a ver com a composição dos prótons e neutrons do núcleo atômico; e as interações fracas, que estão relacionadas com a desintegração dos núcleos por emissão de elétrons.

Neste momento trabalhamos com uma teoria relativa às partículas que intervêm nas interações e que são desprovidas de massa; mas, na realidade, quer as partículas da matéria, quer as partículas que levam à interação fraca – que são as portadoras da interação fraca -, todas elas têm massa. Então, o conflito entre uma simetria que é a base da compreensão das interações e o fato de que essa simetria não permite a presença de massa é resolvido através de uma situação muito particular, que é a realização de uma simetria incompleta; ou seja, a simetria está presente nas equações e no sistema, mas ela não apresenta nas soluções. É a isto que chamamos de mecanismo de Higgs. Para colocarmos em marcha esse mecanismo precisamos que exista um novo ingrediente da teoria – o bóson de Higgs – refere o palestrante.

No último dia 04 de julho, no acelerador de partículas LHC do laboratório CERN, em Genebra, Suíça, foi descoberto um bóson “compatível” com o bóson de Higgs, que a comunidade científica mundial pensa existir, mas onde não há ainda uma demonstração precisa da sua existência. Este recente evento faz o Prof. Carlos Garcia Canal acreditar que se está muito próximo dessa descoberta, embora o que se tenha descoberto em julho último seja apenas um bóson compatível, mas constituído apenas por uma imagem que necessita ter melhor definição.

É de fato uma imagem entusiasmante, mas temos que conseguir obter, através de vários experimentos, outros dados que confirmem que todas as características desse bóson que foi descoberto coincidam plenamente com as características que devem fazer parte do bóson de Higgs, por forma a completar a teoria – sublinha o pesquisador. Confesso que esta descoberta do dia 04 de julho me entusiasmou muito. Repare que há cerca de um século o homem desconhecia que a matéria tinha elétrons e hoje a vida, como a conhecemos, é inconcebível sem os elétrons. É claro que o bóson de Higgs não irá ter o mesmo papel ou impacto que teve o elétron, até porque se tratam de coisas diferentes; mas vai proporcionar uma compreensão relativa à estrutura da matéria, mais íntima, interessante e detalhada, com um ingrediente que eu acho interessantíssimo, que é o fato do bóson de Higg produzir a massa das partículas por interação e, por isso, o campo de Higgs fazer parte do nosso cotidiano, estar em nosso redor, por toda a parte – conclui o cientista.

Todas as dúvidas sobre a existência do bóson de Higgs poderão ser tiradas até ao final deste ano – ou no máximo até aos primeiros meses de 2013 -, até porque o acelerador de partículas do CERN deveria ter já parado seu funcionamento, por motivos de manutenção, calibração e afinação e isso não aconteceu. A descoberta realizada no dia 04 de julho alterou todo o planejamento e os cientistas estão trabalhando vinte e quatro horas por dia para poderem coletar novas informações que poderão comprovar (ou não) a consistência do famoso bóson de Higgs.

(Rui Sintra – jornalista)

13 de março de 2018

Cem Anos do Átomo de Bohr

Um dos grandes propósitos da ciência sempre foi entender o mundo macroscópico, através dos conceitos microscópicos. Neste contexto, o átomo sempre foi um tema de pesquisa atual, em qualquer época da história. Seu entendimento passou por diversas fases, até a descoberta de seus constituintes e, finalmente, sua natureza quântica. Assim, Niels Bohr teve um papel fundamental no lançamento das ideias seminais que geraram uma das mais revolucionárias teorias para explicar a natureza. Nesta apresentação, será mostrada a evolução da ideia do átomo como elemento básico da constituição da matéria, bem como as consequências destes conceitos para a melhoria de vida. O foco desta apresentação será a explicação de como o entendimento do átomo tornou a vida do Homem melhor, em todos os sentidos.

Cem Anos do Átomo de Bohr
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Cem Anos do Átomo de Bohr

13 de março de 2018

O que é a massa? E o bóson de Higgs?

Faremos um breve relato das origens de massa e inércia, e, através da evolução de nossos conceitos sobre a constituição da matéria, argumentaremos que a massa dos corpos macroscópicos se deve à massa e interações de seus constituintes, ou seja, os átomos, núcleos atômicos e partículas elementares, como quarks e elétrons.

Finalmente, discutiremos o problema da origem da massa no contexto das teorias atuais, que descrevem as interações (forças) entre corpos, como um processo de troca de partículas ditas intermediárias.

Por um lado, tais teorias baseiam-se em princípios de simetria que exigem que as partículas intermediárias tenham massa nula. Por outro lado, estas mesmas teorias dizem que o alcance da força é tanto menor quanto maior for a massa daquelas partículas.

A descrição das forças nucleares, que sabemos ser de curto alcance, exige a ruptura das simetrias sobre as quais nossas teorias são baseadas. O conflito é resolvido, magistralmente, pelo chamado mecanismo de Higgs, que implica a existência do famoso bóson de Higgs e que talvez tenha sido descoberto, recentemente, no acelerador de partículas LHC do laboratório CERN, em Genebra, Suíça.


Resenha

Prof. Dr. Carlos Garcia Canal

Subordinada ao tema O que é a massa? E o bóson de Higgs, decorreu no dia 18 de setembro, no Auditório Prof. Sergio Mascarenhas, mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, tendo desta vez como palestrante convidado o Prof. Dr. Carlos Garcia Canal, docente do Departamento de Física da Universidad Nacional de La Plata ? Argentina.

A palestra apresentou um breve relato das origens de massa e inércia, e, através da evolução de conceitos sobre a constituição da matéria, foi apresentada a argumentação que a massa dos corpos macroscópicos se deve à massa e interações de seus constituintes, ou seja, os átomos, núcleos atômicos e partículas elementares, como quarks e elétrons.

Finalmente, o palestrante lançou a discussão sobre o problema da origem da massa no contexto das teorias atuais que descrevem as interações (forças) entre corpos, como um processo de troca de partículas ditas intermediárias, enfatizando os últimos passos dados rumo à descoberta do bóson de Higgs.

Antes mesmo de começar sua palestra e em conversa informal com a Assessoria de Comunicação do IFSC, Carlos Garcia Canal afirmou que a principal intenção de sua participação no programa Ciência às 19 Horas era tentar partilhar com o público o entendimento que se tem da massa, mas a um nível microscópico, já que existem diferenças nos conceitos tradicionais da mesma em nossa vida cotidiana.

A massa clássica, que é uma medida da inércia que está relacionada com o nosso peso , o peso de um ser humano, sofre modificações conceptuais quando está em causa a relatividade, ou seja, quando a física se coloca perante uma velocidade próxima à velocidade da luz. Por outro lado, a física também está sendo toda ela repensada ao nível da mecânica quântica, já que ela tem uma vigência nos níveis atômico e subatômico. Através da relatividade, aprendemos que a massa e a energia podem se correlacionar; se você dispõe de energia, ela pode ser materializada em partículas quânticas, comenta Garcia Canal.

Para o palestrante, a massa está diretamente relacionada com as interações fundamentais da Natureza, elétrica e magnética, interações fortes que têm a ver com a composição dos prótons e neutrons do núcleo atômico; e as interações fracas, que estão relacionadas com a desintegração dos núcleos por emissão de elétrons.

Neste momento trabalhamos com uma teoria relativa às partículas que intervêm nas interações e que são desprovidas de massa; mas, na realidade, quer as partículas da matéria, quer as partículas que levam à interação fraca, que são as portadoras da interação fraca, todas elas têm massa. Então, o conflito entre uma simetria que é a base da compreensão das interações e o fato de que essa simetria não permite a presença de massa é resolvido através de uma situação muito particular, que é a realização de uma simetria incompleta; ou seja, a simetria está presente nas equações e no sistema, mas ela não apresenta nas soluções. É a isto que chamamos de mecanismo de Higgs. Para colocarmos em marcha esse mecanismo precisamos que exista um novo ingrediente da teoria, o bóson de Higgs, refere o palestrante.

No último dia 04 de julho, no acelerador de partículas LHC do laboratório CERN, em Genebra, Suíça, foi descoberto um bóson compatível com o tal bóson de Higgs, que a comunidade científica mundial pensa existir, mas onde não há ainda uma demonstração precisa da sua existência. Esta recente descoberta faz o Prof. Carlos Garcia Canal acreditar que se está muito próximo dessa descoberta, embora o que se tenha descoberto em julho último seja apenas um bóson compatível, mas constituído apenas por uma imagem que necessita ter melhor definição.

É de fato uma imagem entusiasmante, mas temos que conseguir obter, através de vários experimentos, outros dados que confirmem que todas as características desse bóson que foi descoberto coincidam plenamente com as características que devem fazer parte do bóson de Higgs, por forma a completar a teoria, sublinha o pesquisador. Confesso que esta descoberta do dia 04 de julho me entusiasmou muito. Repare que há cerca de um século o homem desconhecia que a matéria tinha elétrons e hoje a vida, como a conhecemos, é inconcebível sem os elétrons. É claro que o bóson de Higgs não irá ter o mesmo papel ou impacto que teve o elétron, até porque se tratam de coisas diferentes; mas vai proporcionar uma compreensão relativa à estrutura da matéria, mais íntima, interessante e detalhada, com um ingrediente que eu acho interessantíssimo, que é o fato do bóson de Higg produzir a massa das partículas por interação e, por isso, o campo de Higgs fazer parte do nosso cotidiano, estar em nosso redor, por toda a parte, conclui o cientista.

Todas as dúvidas sobre a existência do bóson de Higgs poderão ser tiradas até ao final deste ano – ou no máximo até aos primeiros meses de 2013 -, até porque o acelerador de partículas do CERN deveria ter já parado seu funcionamento, por motivos de manutenção, calibração e afinação e isso não aconteceu.

A descoberta realizada no dia 04 de julho alterou todo o planejamento e os cientistas estão trabalhando vinte e quatro horas por dia para poderem coletar novas informações que poderão comprovar (ou não) a consistência do famoso bóson de Higgs.

O que é a massa? E o bóson de Higgs?
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O que é a massa? E o bóson de Higgs?

12 de março de 2018

O LHC e o Universo: A busca da origem da massa

Com o início do funcionamento do Grande Colisor de Hadrons (LHC-Large Hadron Collider) no CERN na Suíça, abre-se uma nova era de descobertas em Física das Partículas Elementares. Nessa palestra descreveremos o que é o LHC, como ele funciona e o que esperamos aprender sobre a Natureza e o Universo a partir dos futuros dados experimentais.

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Resenha

Rogerio Rosenfeld

Convidado a proferir a palestra intitulada O LHC e o Universo: A busca da origem da massa, o Prof. Rogério Rosenfeld, Diretor do Instituto de Física Teórica da UNESP, descreveu, com pormenor, de que forma é que o LHC é constituído, como funciona e o que se espera dele para que a comunidade científica atinja um maior conhecimento sobre a Natureza e o Universo:

Na verdade, o LHC vai explorar partículas menores que aquelas que estamos habituados a observar e a trabalhar, partículas mais elementares que aquelas que conhecemos. Atualmente, nessa área do conhecimento, estamos numa situação on de a teoria se encontra à frente da experimentação e por isso existem muitas teorias, muitos modelos que ainda não foram testados e o LHC vai possibilitar que se testem várias dessas teorias e várias suposições teóricas. Existe um modelo teórico que descreve a Natureza só até onde nós a conhecemos e o que o LHC vai fazer é testar esse modelo e isso nunca antes aconteceu. Um exemplo disso é a partícula que dá origem à massa de todas as outras partículas elementares – referiu o Prof. Rosenfeld.

Dando como exemplo o elétron, que é uma partícula que circula na fiação, que tem uma massa extraordinariamente pequena, Rosenfeld coloca a questão:

De onde vem essa massa?… Estamos sendo bastante ambiciosos em fazer perguntas fundamentais… Será que conhecemos a origem da massa dessas partículas elementares? No modelo que falei atrás e que ainda não foi testado, existe uma teoria que explica a origem das massas; essa teoria prevê a existência de uma nova partícula que ainda não foi descoberta e tem o nome de Partícula de Higgs (nome dado em homenagem a Peter Higgs, um dos físicos que compuseram o referido modelo) e a busca por essa partícula é, talvez, a prioridade do LHC – explica o acadêmico.

Segundo palestrante, depois de muitos anos, a comunidade científica vai poder ter a chance de testar novas teorias, entre elas a hipótese de existirem novas dimensões extras, além daquelas que conhecemos – 3 dimensões – e, em princípio, o LHC pode chegar lá:

Estamos perante a hipótese de chegarmos a descobertas verdadeiramente revolucionárias, por exemplo, a respeito do nosso espaço e, mais que isso, a respeito do próprio Universo. Hoje não sabemos muita coisa a respeito do Universo, principalmente no capítulo dedicado à sua composição. Sabemos que nós ? matéria e átomos ? correspondemos a uma parte muito pequena do Universo, ou seja, a 5% do seu conhecimento: 95% do Universo é desconhecido. O LHC pode nos dar respostas nunca imaginadas para enriquecer esse conhecimento, como, por exemplo, o enigma sobre a matéria escura – conclui o Prof. Rosenfeld.

(Rui Sintra – Jornalista (IFSC-USP)

O LHC e o Universo: A busca da origem da massa
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O LHC e o Universo: A busca da origem da massa

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