“Porquê todos os homens ilustres da filosofia, da poesia ou das artes são melancólicos”
Esta frase, atribuída a Aristóteles, sintetiza a dúvida que persiste até hoje sobre as relações entre doenças mentais e criatividade artística. Grandes nomes das artes, da literatura, da política, das religiões, e várias outras áreas que tanto contribuem para o desenvolvimento humano passaram por grande sofrimento em decorrência de transtornos mentais que hoje podem ser prevenidos e tratados.
Questões éticas e da própria evolução humana são levantadas quando se aborda essa relação. Se o sofrimento psíquico pode aumentar a nossa sensibilidade e nos motivar a buscar soluções para nossos problemas, seria verdade que o que chamamos de doenças ou transtornos mentais tem o mesmo poder criativo?
Nesta palestra serão mostradas algumas evidências de que há, sim, uma associação entre alguns transtornos psiquiátricos e criatividade artística, mas não há evidência de que estar doente da mente, por si, seja o fator determinante disso. Ao contrário, as evidências são de que pessoas criativas exercem melhor seu potencial quando sua saúde mental está bem preservada.