Como planejar seu futuro na USP – São Carlos e no mundo globalizado
É uma grande vitória e uma oportunidade única! É, também, uma grande responsabilidade para o próprio estudante, pois é da juventude universitária que depende, em grande parte, o futuro da sociedade nacional e internacional. O palestrante tentará mostrar como o estudante poderá aproveitar as grandes oportunidades que se abrem, usufruir das riquezas em conhecimento, cultura, interdisciplinaridade e inovação na USP-São Carlos, como ambiência formadora de padrão, inclusive internacional.
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Resenha
Entrar na USP São Carlos é uma grande vitória e uma oportunidade única. Este foi o preâmbulo da palestra que docente e pesquisador do IFSC-USP, Prof. Sérgio Mascarenhas, fez no dia 25 de março, em mais uma edição do programa Ciência às 19 Horas, uma sessão particularmente dedicada aos calouros que começam agora sua vida acadêmica no Campus USP, São Carlos e cujo tema foi Como planejar seu futuro na USP-São Carlos e no mundo globalizado.
O pioneiro do Instituto de Física de São Carlos, que dá seu nome ao Auditório onde decorreu o evento, que se iniciou cerca das 19 horas, abordou o grau de responsabilidade que o estudante passa a ter ao ingressar na USP, até porque nele são depositadas todas as esperanças numa sociedade que o vê como o principal protagonista para o desenvolvimento nacional e internacional.
Sérgio Mascarenhas ainda mostrou, na sua apresentação, como o estudante poderá aproveitar as grandes oportunidades que se lhe colocam na Universidade de São Paulo, para usufruir das riquezas aliadas ao conhecimento, cultura, interdisciplinaridade e inovação, dentro de um ambiente formador de um alto padrão, inclusive internacional.
Um aluno que passou no vestibular e que chega na USP, já é um privilegiado sobre vários aspectos: primeiro, é privilegiado por entrar numa universidade que é a melhor do Brasil e, provavelmente, a melhor da América Latina. Entrar no Campus de São Carlos é um segundo privilégio porque a cidade de São Carlos é uma cidade relativamente pequena, mas suficientemente grande para satisfazer uma qualidade de vida muito grande, principalmente nas áreas intelectual, cultural e na qualidade de vida comportamental para os jovens, em que eles podem não só conviver entre si, como também com outras gerações, como eu, que tenho 86 anos, comenta Sérgio Mascarenhas, em entrevista exclusiva à Assessoria de Comunicação do IFSC-USP.
Para o pesquisador, um professor só é considerado bom quando seu aluno for melhor que ele e, quando isso não acontece, a missão do professor falha porque a cadeia foi cortada, o conhecimento não foi repassado, não foi melhorado, aprimorado. A mensagem que Sérgio Mascarenhas enviou para os alunos do Campus de São Carlos (USP) foi que eles devem estar atentos para o seu país, devendo-se preocupar com os destinos do Brasil, tendo acrescentado que existe a necessidade de se pensar no desenvolvimento nacional através de uma nova filosofia, traduzida através da ciência, tecnologia e inovação, aliada a uma cultura humanística que faça dessa mesma ciência algo que traga benefícios para o ser humano, tal como aconteceu com a ideia do Renascimento. Foi também preocupação de Sérgio Mascarenhas falar dos aspectos relacionados com o cotidiano dos alunos: Acho importante dar dicas aos alunos de como devem estudar, quais os livros mais importantes que o jovem tem que ler sobre o Brasil e o mundo, provocando nele a colocação de questões como: Quem sou eu? Para onde vou? Que farei dessa vida jovem que tenho e que é o maior potencial que o Brasil tem? O que é que eu vou fazer do Brasil, enfatiza Mascarenhas.
Por outro lado e em relação ao êxodo de alunos excelentes que rumam para grandes universidade no exterior, o cientista salienta que há necessidade de existir uma política para que esse alunos retornem ao Brasil, pelo menos anual ou semestralmente, se realmente for seu desejo permanecerem no exterior: Até podem ficar no exterior, mas que pelo menos tragam de lá o benefício da experiência que estão tendo. Eu chamo isso de Brain Gain, e neste momento o que estamos assistindo é um Brain Drain, ou seja, a fuga de cérebros. Sérgio Mascarenhas confirmou que realizou dois projetos nesse sentido, há cerca de trinta anos, quando da fundação do Departamento de Física da UNICAMP, tendo apresentado também, recentemente, alguns projetos nesse sentido junto do CNPq, FAPESP e MEC, uma missão que, para ele, precisa ser completada.
Quando questionado sobre o longo caminho percorrido na área da ciência e do ensino, Sérgio Mascarenhas sublinhou que aprendeu muito com os erros que cometeu e que, por isso, pensa sempre em um futuro mais brilhante, na tentativa de sempre poder melhor do que já fez: Viver do passado tem uma vantagem e uma desvantagem e explico sempre isso utilizando a frase de um amigo meu: Quero que a passagem seja o meu conselheiro, mas não o meu ditador. Eu penso muito mais no futuro do que no passado e, se não for assim, sou pedra no caminho do poeta, conclui Sérgio Mascarenhas.
(Rui Sintra – jornalista)