Palestra

Sonhos, memórias e loucuras

Data da Palestra: 05/06/2014
Palestrante: Prof. Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro
Instituição: Instituto do Cérebro, UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Palestra nr: 90

Será abordado o importante papel do sono e dos sonhos na consolidação e reestruturação de memórias, cruciais para o aprendizado e a criação de novas ideias. Noções freudianas serão postas em perspectiva, entre as quais a que postula a semelhança entre sonho e delírio psicopatológico. Como evoluiu a mente humana? Respostas serão buscadas numa perspectiva evolucionista, partindo do sono de nossos ancestrais mais remotos até chegar à fenomenologia dos sonhos contemporâneos, utilizando dados da genética, neurofisiologia de sistemas e psicologia.

 

 

 

 

 

 


Resenha

Prof. Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro

O sono e os sonhos têm um papel fundamental na consolidação e reestruturação das memórias, indispensáveis para o aprendizado e na criação de novas ideias. Foi com este foco e com este preâmbulo que o Prof. Dr. Sidarta Ribeiro, pesquisador do Instituto do Cérebro ? Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), abordou o tema Sonhos, memórias e loucuras, no decurso de uma fantástica palestra que arrastou centenas de pessoas ao Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP) no final da tarde do dia 5 de junho, em mais um programa Ciência às 19 Horas.

Nesta notável apresentação, Sidarta Ribeiro, colocou em perspectiva diversas noções freudianas, entre as quais a que postula a semelhança entre sonho e delírio psicopatológico. Como evoluiu a mente humana? Respostas foram dadas pelo pesquisador numa perspectiva evolucionista, partindo do sono de nossos ancestrais mais remotos, até chegar à fenomenologia dos sonhos contemporâneos, utilizando dados da genética, neurofisiologia de sistemas e psicologia.

Mas, para o leigo, qual é a relação entre o sono e o sonho? Eles têm caminhos paralelos ou caminham em um mesmo trilho para a consolidação das memórias? Para Sidarta Ribeiro, o sono é muito mais antigo. Calcula-se que ele tenha tido sua origem há cerca de quinhentos milhões de anos e, provavelmente, seja uma invenção dos mamíferos existentes nos últimos cem milhões de anos. O pesquisador afirma que existem muitas evidências de que o sono favorece a consolidação e o reprocessamento das memórias, enquanto que as evidências com relação aos sonhos sejam muito mais escassas: Apenas há três anos se demonstrou, num laboratório, que o conteúdo do sonho favorece a cognição. Então, o que se acredita hoje é que o sonho é um epifenômeno do sono, mas que também tem valor cognitivo explica o docente.

Usualmente, as definições entre sonho e delírio são bem distintas, já que o delírio é tido como um reflexo de algum tipo de doença. Então, qual a diferença entre os dois estados? Para esta questão, Sidarta Ribeiro afirma que, já no Século XIX, os pais da psiquiatria, como Emil Kraepelin e Freud, reconheciam uma semelhança muito grande entre sonho e psicose, especialmente no que dizia respeito aos sintomas positivos da psicose, como o delírio. Essa teoria, que foi muito consistente ao longo de várias décadas, perdeu espaço após os anos 1950 quando se descobriu que, modulando receptores de dopamina, era possível conter o delírio psicótico. Recentemente, existe, de fato, uma relação entre esses dois estados: Sim, existe, porque sem o sistema dopaminérgico, envolvido em recompensa e punição, não há sonho, embora exista sonho REM, que é o sono que, tipicamente, contém os sonhos. Então, na verdade, essa afirmação de que sonho se parece com delírio psicótico, hoje é muito forte porque existe um mecanismo que é exatamente o sistema dopaminérgico, elucida Sidarta.

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