A edição do Programa Ciência às 19 Horas, referente ao mês de agosto, decorreu no dia 20, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sergio Mascarenhas (IFSC), com a participação da Profª Drª Roseli Francelin Romero, professora titular do ICMC – Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação, da USP – São Carlos, que trouxe um tema que atraiu muitos espectadores, na sua maioria jovens: Quem são os robôs? Os desafios da Robótica.
Na sua apresentação, a pesquisadora descreveu os principais passos para a construção de um robô, o que é necessário para serem inteligentes e o que o ser humano pode fazer com eles, tendo trazido para esta palestra o robô do ICMC, que fez as delícias dos mais novos.
De fato, os robôs são máquinas consideradas inteligentes e que são construídas com um propósito bem definido, para realizar alguma tarefa específica, como, por exemplo os carros autônomos – sem motorista -, cuja missão é exatamente que o carro se mova de forma automática, sem o auxílio do ser humano, ou para fazer limpeza de ambiente. No geral, são máquinas com certo grau de inteligência artificial para a realização de uma tarefa pré-determinada.
A Califórnia é um dos grandes centros da robótica mundial e o que se observa nas competições de robótica e nas demonstrações de robôs, é que podemos estar muito perto de um robô poder substituir o ser humano quase totalmente. Para Roseli Romero, é fato que os robôs já substituem o ser humano em algumas tarefas, como, por exemplo, nas grandes montadoras de veículos, onde grande parte do serviço é automatizado por robôs manipuladores, que substituem o ser humano em tarefas repetitivas. Contudo, a pesquisadora não acredita que a tecnologia possa avançar ao nível de uma máquina substituir integralmente o ser humano: É o ser humano que programa os robôs, então eles vão até onde nós queremos. Por outro lado, o robô também possui limitações estruturais, ou seja, as peças que compõem os robôs desgastam-se e, por isso, a máquina tem um determinado tempo de validade, de bom funcionamento. Nós queremos que a inteligência artificial possa se aproximar ainda mais da inteligência natural, mas isso aí é um grande desafio para os pesquisadores da área de inteligência artificial. Então, ainda há muito que descobrir, inclusive sobre nosso próprio cérebro, pontua Roseli
A robótica, ao seu mais alto nível, vai entrar diretamente na sociedade dentro de pouco tempo e irá “invadir” as nossas casas. Assim, segundo uma previsão tecnológica, dentro de alguns anos poderemos ter no nosso lar robôs auxiliando nas tarefas do dia-a-dia, como se fossem parte da família, auxiliando nas tarefas de limpeza, abrindo a porta da rua, servindo cafezinho, água etc.: Num futuro próximo, a existência de robôs caseiros será tão natural como hoje existirem computadores na casa das pessoas, remata a pesquisadora.
No Brasil, a robótica ainda está em desenvolvimento: Existe a iniciativa de criar um centro de robótica da USP de São Carlos, que certamente vai facilitar o desenvolvimento das pesquisas. Foi uma união de vários grupos, um esforço comum de nos unirmos e montarmos esse centro que está em operação desde 2011. Ainda não temos o prédio, mas daqui a dois anos acredito que teremos finalmente o tão sonhado Centro de Robótica, que vai facilitar a integração das pesquisas realizadas no Campus, refere a palestrante.
Contudo, a ideia também é estar disseminando o conhecimento desta área por todo o Brasil e pretendendo-se que essa infraestrutura seja um centro de referência nacional e internacional: Nós temos boas perspectivas, temos projetos em conjunto com várias universidades internacionais, principalmente na Alemanha e EUA, mas, acima de tudo, o que pretendemos é resolver os problemas nacionais inseridos nessa área de conhecimento. Queremos robôs que possam resolver os nossos problemas. E nós estamos formando um pessoal, temos muitos alunos em formação, então acredito que em breve estaremos marcando presença no cenário nacional e internacional, finaliza Roseli Romero.
(Rui Sintra – jornalista)