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12 de março de 2018

O conceito de entropia e a seta do tempo dos processos naturais

O conceito de entropia foi introduzido por Clausius, na segunda metade do século XlX, a fim de conciliar a teoria de Carnot sobre o funcionamento das máquinas térmicas com as propostas de Joule sobre a equivalência entre calor e energia mecânica. As leis da termodinâmica-conservação da energia e aumento da entropia – foram adquirindo enorme generalidade, transpuseram as revoluções da física do século XX, e fornecem os critérios essenciais para a ocorrência de todos os processos naturais. Através de referências históricas e exemplos simples, vamos rever o conceito termodinâmico de entropia e algumas conseqüências históricas de entropia e algumas conseqüências da sua interpretação estatística.

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Resenha

Prof. Dr. Silvio R. A. Salinas

O Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC) lotou no dia 27 de abril, por ocasião de mais um programa inserido na iniciativa denominada “Ciência às 19 horas”, tendo desta vez como palestrante convidado o Prof. Dr. Silvio Salinas, do Instituto de Física da USP, São Paulo, que abordou o tema “O Conceito da entropia e a seta do tempo dos processos naturais”.

Esta foi a 50ª palestra do “Ciência às 19 horas”, um programa instituído pelo IFSC e que é aberto a toda a comunidade da cidade de São Carlos

Tendo como tema inicial que o conceito de entropia foi introduzido pelo físico e matemático alemão Rudolf Clausius (1822-1888), considerado um dos fundadores da termodinâmica, o Prof. Silvio Salinas não teve qualquer dificuldade em cativar a atenção do numeroso público presente, principalmente graças á sua facilidade e afabilidade na comunicação, simplicidade de expressão e de clarividência, tendo transportado todo o auditório em uma viagem histórica no tempo, com conceitos científicos esboçados como paisagens ao longo de toda a sua dissertação.

Começando por afirmar que o mundo é governado pelas leis termodinâmicas e pelo conceito da entropia, que mais não é do que a interpretação de fenômenos normais que nos rodeiam (força motora de processos naturais (reações químicas, transições de fases, etc.), o orador iniciou essa “viagem” em 1865, quando o físico e matemático alemão Rudolf Clausius inventou a definição de entropia.

Tal qual uma conversa de amigos, onde a física aparece de uma forma natural, Silvio Salinas fez fluir o seu tema para a área de calorimetria e para as máquinas térmicas, tendo dado ênfase á primeira Revolução Industrial na Europa e aos trabalhos e estudos desenvolvidos por William Thomson (Lord Kelvin) e Rudolf Clausius, e da transformação do calor em forma de energia.

Mais adiante, Silvio Salinas focou o seu discurso nos estudos e obra do físico austríaco Ludwig Boltzmann (1844-1906), individualidade famosa pelo seu trabalho efetuado na área da termodinâmica estatística e considerado, junto com Josiah Gibbs e James Maxwell, um dos criadores da mecânica estatística, tendo finalizado a sua apresentação exemplificando os modelos introduzidos por Paul Ehrenfest (1907) – primeiro aluno de Boltzmann -, reforçados mais tarde com trabalhos de sua esposa Tatiana Ehrenfest (1911).

A particularidade interessante no colóquio do Prof. Salinas foi a habilidade que o orador teve em prender o auditório em torno de uma história singular, onde a ciência – neste caso, a física – apareceu quase sem ser notada, mas transmitida de uma forma sutil e esclarecedora.

Indubitavelmente, essa verdadeira “aula” foi ao encontro daquilo que é intenção da própria iniciativa “Ciências às 19 horas”: promover encontros, palestras e colóquios que não sejam apenas direcionados aos alunos do IFSC, mas que também atraiam a sociedade sãocarlense, no seu todo, como forma de expandir conhecimentos.

O Prof. Silvio Salinas é Engenheiro Elétrico e Bacharel em Física pela Universidade de São Paulo, em 1966, Doutor em Física pela Carnegie-Mellon University, Pittsburgh, USA, em 1973 e Professor Titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, tendo sido Diretor entre 1998 e 2001. É Pesquisador Sênior do CNPq e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências.

(Rui Sintra, jornalista)

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